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Padre é suspeito de sexo com enfermeiro no interior de instituto bíblico durante dois anos, em Brasília

O padre Brás Costa do Instituto Bíblico de Brasília está sendo denunciado por um enfermeiro que afirma que o religioso transformou a paróquia em uma espécie de motel. 

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O caso foi divulgado nesta quarta-feira, 22, pelo site Metropoles, onde o enfermeiro relata ter passado dois anos prestando serviço no local e participando de orgias estimuladas pelo padre.   

O enfermeiro que não teve o nome revelado entregou a denúncia à Arquidiocese de Brasília através de um dossiê com vários vídeos e conversas no WhatsApp revelando que o local sagrado foi transformado em uma espécie de motel. 

O afastamento 

Após a denúncia, o padre foi afastado, de acordo com a Arquidiocese de Brasília. 

Em nota, o arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar Costa, reforçou que sua “decisão é contrária à permanência do padre Brás no território da Arquidiocese de Brasília”.

Confiança abalada 

Mesmo por não se configurar crime no Código Penal Brasileiro, a prática sexual fere o Código de Direito Canônico da Igreja Católica e abala a confiança dos fiéis que acompanhavam as missas celebradas pelo sacerdote.

As denúncias

Segundo o ex-funcionário do instituto, entre 2019 e 2021, ele sofreu chantagem, coação, ameaças e a garantia de emprego em troca de “transas profanas”. 

O enfermeiro relatou que começou a ser “agradado” por Brás Costa. 

O profissional de saúde contou que as primeiras abordagens vinham acompanhadas de elogios ao seu corpo atlético, além de apalpadas nos braços, nas nádegas e até no órgão genital. 

“Além do padre Brás, quase todos os seminaristas do instituto sabiam e muitos participavam das sessões de sexo. Eu acabei cedendo às investidas”, disse o rapaz, que é bissexual.

De acordo com o enfermeiro, o padre o pressionava para que ele cedesse aos seus “joguetes sexuais”.

“Ficava muito claro que eu poderia perder o meu emprego caso não aceitasse. Acabei mantendo relações sexuais com esse padre durante dois anos”, relatou.

Ele ainda revelou que as transas ocorriam dentro dos quartos, nos banheiros, corredores e até depois da celebração de missas. 

“Tudo era combinado pelo WhatsApp e, em alguns momentos, eu recebia dinheiro do padre Brás.”

O que o padre alega 

O padre negou que tivesse mantido relacionamento sexual com o enfermeiro. 

Segundo Brás, o rapaz tentou chantageá-lo.

“Ele prestou serviço no instituto e, há alguns meses, quis me extorquir com essas fotos. Como não cedi, ele procurou a imprensa”, defendeu-se.

Confrontado com o vídeo em que ele elogia o pênis do enfermeiro, o padre afirmou que “só disse que o pênis dele era bonito”. 

Ao final, o pároco disse que irá acionar para que seu advogado entre em contato com a equipe do portal.

O afastamento 

Ao tomar conhecimento do escândalo, o arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar Costa, enviou uma nota ao Metrópoles anunciado o afastamento do padre.

Leia a nota na íntegra:

“O Sr. Arcebispo Dom Paulo Cezar Costa tomou conhecimento acerca da situação do Instituto Bíblico de Brasília.

Diante das circunstâncias que conheceu, considerando tradições e peculiaridades próprias da Igreja Católica, instituiu a Visita Canônica ao referido Instituto no mês de Nov/2021, designando responsáveis para apurar eventuais irregularidades, de modo que pudesse decidir a respeito do futuro institucional da entidade, cujo resultado foi ‘encerrar as atividades’.

Quanto aos fatos apontados pelo Sr. F., importante dizer que a Arquidiocese de Brasília, na pessoa do Sr. Arcebispo o acolheu, ouvindo suas declarações e lhe prestando assistência, encaminhando as providências próprias que lhe cabe no âmbito religioso.

Entretanto, no que toca ao sentimento de assédio por parte do denunciante, não cabe a Igreja trazer definições. Pois aquele que se sentir lesado em sua honra tem o direito de buscar o Poder Judiciário para sanar o dano que supostamente lhe tenha sido causado por outrem. Recomenda-se que o denunciante busque solucionar esta situação perante a Justiça Civil do País, isso porque foge a jurisdição canônica da Igreja.

Quanto ao Pe. Brás Ivan Costa Santos, importante destacar que ele não faz parte do Clero de Brasília, dessa forma, a responsabilidade pela situação canônica e religiosa do padre compete ao Bispo da Diocese de Lugano, na Suíça, onde o mesmo foi ordenado padre e se encontra incardinado.

Dom Paulo Cezar já pediu providências ao Bispo de Lugano, na Suíça, informando sua decisão contrária à permanência do Pe. Brás Ivan no território da Arquidiocese de Brasília. Além disso, o Arcebispo de Brasília continuará empenhando todos os esforços, dentro de suas competências canônicas, para resolver a situação”.

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