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Em Brasília, assessor jurídico da Univaja critica postura do governo e da Funai sobre as mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips

Na quinta-feira, 23, o assessor jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Eliesio Marubo, esteve em Brasília durante um encontro com órgãos dos poderes Legislativo e Judiciário. 

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Durante a reunião, Marubo criticou a postura do governo em reação às recentes mortes do servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai) Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dominic Mark Phillips, o “Dom Phillips”.

“Tem muito as questões ideológicas. Certamente, se fosse evangélico ou indígena ligado ao agronegócio, o governo não teria tido essa propositura”. 

O advogado disse ainda, que não teve abertura do Executivo para discutir o cenário de violência e insegurança da região do Vale do Javari, no Amazonas.

“A gente não está fechado para o diálogo. Nós temos informações e estamos dispostos a conversar. Não tivemos  interlocução da Funai, dos ministérios, e nem do Poder Executivo. Só do Judiciário e do Legislativo”, explicou.

Marubo criticou ainda a política anti-indígena da Funai.

 O órgão, segundo ele, tentou criminalizar as ações de Bruno Araújo e Dom Phillips na terra indígena, além de atacar a Equipe de Vigilância da Univaja.

Leia outras questões ditas pelo advogado no encontro: 

“Diante da ausência da própria Funai, nós passamos a fazer o monitoramento da terra indígena. 

Nós temos repassado isso para as autoridades. A Funai, nesse primeiro momento, realmente esteve perseguindo os trabalhos da União, tentando criminalizar as lideranças.

A política pública, na verdade, não existe porque o órgão que deveria atuar fortalecendo e protegendo os indígenas. Por sua vez, é o órgão que trabalha no sentido contrário. Ainda não entendi a lógica desse governo, não entendi a lógica da Funai, ainda.

Fico à disposição para falar sobre os problemas da Amazônia e do Vale do Javari”, acrescentou, por fim, Eliesio Marubo.

Ações da Univaja 

A Univaja  mapeia e reúne dados sobre as invasões ao território que concentra o maior número de indígenas isolados do mundo.

A União também levanta informações, qualifica dados técnicos, fotos, filmagens, identificação de pessoas, quando entram na terra indígena, quando saem e quantas toneladas levam.

Paralisação 

Também nesta data, servidores da Funai fizeram paralisação nacional pedindo mais segurança e a saída do presidente da fundação, Marcelo Xavier, do cargo.

Eles pediam que Xavier retirasse as declarações que fez contra o indigenista Bruno Pereira. 

Contradição

Vale lembrar que Xavier disse em nota, que o indigenista não tinha autorização para entrar em terras indígenas. 

Logo após, foi constado que ele havia pedido autorização à Coordenação Regional da Funai e seguiu todos os protocolos do órgão.

Ações do poder 

Na Câmara dos Deputados e no Senado, duas comissões externas foram instaladas para acompanhar as investigações sobre o que ocorreu no Vale do Javari.

No último domingo, 19, o procurador-geral da República, Augusto Aras, foi ao município de Tabatinga, próximo a Atalaia do Norte, onde se reuniu com membros da Polícia Federal (PF), Ministério Público do Amazonas (MP-AM), Secretaria de Segurança Pública (SSP) e da Univaja.

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