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Conselho Indigenista envia carta à ONU denunciando conflito na região de Amambaí, no Mato Grosso do Sul

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) enviou nesta segunda-feira, 27, uma denúncia à Organização das Nações Unidas (ONU). 

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Na denúncia consta os conflitos entre fazendeiros, policiais e indígenas da etnia guarani-kaiowá em Amambaí, no Mato Grosso do Sul.

O Cimi denuncia a morte do indígena Vitor Fernandes, de 42 anos, morto a tiros na última sexta-feira, 24. 

Vitor foi baleado durante confronto com militares. A ação deixou outros sete indígenas feridos.

Na ação, três policiais também foram atingidos por disparos e levados a um hospital no município de Ponta Porã (MS). 

Os indígenas foram confrontados por militares após tentarem retomar para a área ocupada atualmente por uma fazenda. Eles reivindicam o território e afirmam que as terras fazem parte da terra indígena Guapoy.

Na denúncia, o Cimi afirma que a invasão dos policiais ao espaço não foi amparada por nenhum mandado judicial. 

Eles também dizem que agentes impediram que indígenas feridos recebessem atendimento médico no hospital da Amambaí.

Violência

Na carta, o Cimi também cita os recentes assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips como exemplo de que o a violência contra defensores de direitos humanos tem aumentado no país.

O conselho responsabilizou o governo federal pelo aumento de invasões a territórios indígenas e da violência nessas regiões. 

Para o grupo, o poder Executivo “abandonou a política de proteção territorial e alimentou um ambiente em que a vida é brutalmente aniquilada”.

“O Brasil é o quarto país do mundo em assassinatos de líderes comunitários e ambientalistas, enquanto o porte de armas se multiplicou por quatro durante o governo Bolsonaro”, apontou o grupo.

Ação do MPF

O Ministério Público Federal (MPF) no Mato Grosso do Sul determinou, em caráter de urgência, a tomada de providências em relação ao conflito registrado entre indígenas guarani kaiowá, da aldeia Amambai, e policiais da região. 

A autoridade fará perícia antropológica na região entre 28 de junho e 1º de julho.

Segundo o MPF, a perícia antropológica será conduzia por um analista do órgão que verificará a “eventual violação de direitos no local”. 

O órgão também determinou a requisição de informações a autoridades direta ou indiretamente envolvidas no conflito, para “apurar os fatos e prevenir, reprimir e punir possíveis delitos”.

De acordo com o despacho, as entidades têm 72 horas para enviar as informações solicitadas ao MPF.

O órgão informou que acompanha a situação da aldeia Amambai desde o final de maio, mês em que houve tentativa de retomada ao território.

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