A Polícia Civil de São Paulo cumpriu, nesta quanta-feira, 21, um mandado de busca e apreensão em uma mansão abandonada em Higienópolis.
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Segundo os agentes, as investigações são em torno de um possível abandono de incapaz, já que no imóvel mora uma idosa de 63 anos em situação precária.
A casa ficou conhecida no podcast “A Mulher da Casa Abandonada” lançado para contar a história da moradora, que já teve o nome na lista de procurados do FBI, a polícia federal norte-americana, acusada de manter uma mulher brasileira em trabalho análogo à escravidão quando morava nos Estados Unidos.
No portão da mansão havia uma multidão. Jornalistas, policiais, vigilância sanitária, agentes da prefeitura, representantes de uma ONG (Organização Não Governamental) e curiosos cercaram o casarão. No local mora apenas a idosa Margarida Bonetti.
Devido às condições quase insalubres do imóvel, a polícia investiga uma possível situação de abandono de incapaz.
“Realmente a gente constatou que as condições lá não são para habitação, né. O cheiro é insuportável, não dá para ficar lá dentro”, afirma a delegada Vanessa Guimarães.
Na mansão há lixo espalhado, acúmulo de caixas, restos de comida e muita sujeira.
A polícia solicitou que um parente da idosa fosse até o local para ela poder ser retirada de lá.
“Ela sendo considerada uma pessoa idosa, que não tem mais condições de discernir nesse sentido, até pelas condições da casa a gente percebe isso, a responsabilidade é dos familiares, de acordo com o estatuto do idoso”, continua Guimarães.
Ainda segundo a delegada, a idosa não quer deixar o imóvel e quis impedir a entrada da polícia: “O tempo todo ela é resistente, ela repete as mesmas palavras: sai da minha casa, respeita a minha privacidade, vocês não podem entrar aqui”. Os agentes tiveram que pular a janela.
A investigação teve início depois que vizinhos da casa ligaram para várias delegacias dizendo que uma pessoa, que apresentava problemas de saúde mental, morava sozinha e precisava de ajuda.
À época em que morava nos Estados Unidos foi investigada por manter uma mulher em situação análoga á escravidão e agredi-la constantemente. Enquanto o ex-marido, Renê Bonetti, foi julgado no país estrangeiro e preso durante a investigação do caso, ela voltou ao Brasil e não respondeu pelas acusações.
A ativista Luisa Mell também esteve no local e resgatou um cachorro que morava com a mulher. Na semana passada, ela já havia retirado outros dois animais do imóvel. Houve resistência e discussão.
“Quando a gente entrou, ela veio e arrancou o cachorro da minha mão. Enfiou dentro da malha e começou a sufocar o cachorro”, conta Mel.
Uma perícia foi realizada na mansão para saber as condições estruturais e de salubridade e se há a necessidade de interdição. Margarida deve ficar com os familiares.
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