O relatório Amazônia no Alvo, do Instituto Igarapé, aponta que a criminalidade na chamada Amazônia Legal está sendo agravada por conta do aumento de armas de fogo na região.

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O levantamento mostra que as facilidades criadas pelo governo federal na política de acesso a armas ampliou em 130% as licenças para pessoas físicas no país.

Na Amazônia Legal esse acesso chegou a 219%, entre dezembro de 2018 e novembro de 2021.

A Amazônia Legal é formada por nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão. 

Outro ponto levantado pelo relatório mostra que as mortes por arma de fogo na Amazônia Legal cresceram 4% entre 2012 e 2020. O número passou de 5.537 para 5.780.

O número de armas na região passou de 57.737 armas registradas em 2018 para 184.181, em 2021.

“No lugar onde você tem baixa presença do estado, onde você tem um ambiente conflitivo muito grande, a arma de fogo é uma receita para o desastre”, diz Melina Risso, diretora de pesquisa do Instituto Igarapé.

Um balanço do relatório alerta que, em 2012, 14% dos homicídios com arma de fogo registrados no Brasil foram cometidos na Amazônia Legal. Oito anos depois são 17%.

A pesquisa também chama a atenção para a disparada do número de armas nas mãos de caçadores, atiradores e colecionadores, os chamados CACs.

Entre 2018 e 2021, os registros de armas para os CACs cresceram 464,4% nos estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia. Foi a maior variação dentro da Amazônia Legal.

“Nesse ambiente da Amazônia, com baixa presença do estado, com grande vulnerabilidade, o que a gente observa é um encontro de diversas redes criminosas. Então, o cenário é muito preocupante especialmente quando a gente começa a fazer um grande derramamento de armas de fogo, a violência só tende a ser mais letal”, explicou Melina Risso.

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