Três pessoas foram denunciadas, nesta sexta-feira, 22, pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips e denuncia do Ministério Público Federal (MPF) diz que indigenista teria pedido para Dom fotografar o barco dos acusados, o que possivelmente motivou o crime.

Conforme o MPF , já havia registro de desentendimentos entre Bruno e Amarildo por pesca ilegal em território indígena. Mas, o que motivou os assassinatos foi o fato do indigenista ter pedido para Dom fotografar o barco dos acusados, motivo considerado fútil pelos procurados e que pode agravar a pena.

“O que motivou os assassinatos foi o fato de Bruno ter pedido para Dom fotografar o barco dos acusados, o que é classificado pelo MPF (Ministério Público) como motivo fútil e pode agravar a pena”, diz a Procuradoria, em comunicado.

Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Dantos”, e Jefferson da Silva Lima, apelidado de “Pelado da Dinha”, irão responder por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Vítimas foram mortas a tiros, sem qualquer possibilidade de defesa, o que também qualifica o crime.

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A denúncia foi apresentada ao juízo da Subseção Judiciária Federal de Tabatinga, no Amazonas, onde o processo tramita.

No documento, é explicado que Amarildo e Jefferson confessaram o crime, enquanto Oseney teve a participação comprovada por depoimentos de testemunhas.

A denúncia traz ainda capturas de telas (prints) de conversas e cita os resultados de laudos periciais, com a análise dos corpos e objetos encontrados.

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Na última semana, a esposa de Bruno, Beatriz Matos, foi ouvida por senadores da Comissão Temporária sobre a Criminalidade na Região Norte e pediu por mais rigor nas investigações dos assassinatos. Ela ressaltou ainda a importância do trabalho realizado pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) e de organizações não governamentais para garantir a segurança e proteção dos indígenas da área.

A União e a Fundação Nacional do Índio (Funai) também pode ser responsabilizadas pelos assassinatos de Bruno e Dom, uma vez que o risco de morte no Vale do Javari já havia sido alertado diversas vezes, nos últimos quatro anos, por autoridades e entidades civis.

Com acompanhamento do Ministério Público Estadual e do Ministério Público Federal, a investigação do caso foi compartilhada entre Polícia Federal e Polícia Civil do Amazonas.

Uma quarta pessoa segue em prisão provisória no caso. Um dos suspeitos conhecido como Colômbia, preso por uso de documentos falsos.

Colômbia já admitiu comprar pescado ilegal de Pelado, e a PF tem indícios de que ele financiava a atividade ilegal de pesca e caça na região do Vale do Javari.

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