As jovens pesquisadoras Camily Pereira dos Santos, de 18 anos, e Laura Nedel Drebes, de 19 anos, estão se preparando para embarcar para a Suécia para disputar a final do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo.
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As estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), em Osório, começaram a desenvolver uma pesquisa em junho de 2021 sobre um absorvente biodegradável.
A iniciativa se deu a partir do momento que Camily descobriu que sua mãe, quando jovem, não teve acesso a absorventes higiênicos. Foi a primeira vez que ela se deparou com o tema da pobreza menstrual.
A jovem começou a se questionar se era possível um absorvente feminino que, além de ecológico, fosse acessível às mulheres em situação de vulnerabilidade.
Decidiu contar sobre a ideia para a professora Flávia Twardowski e a convidou para ser orientadora. Flávia por sua vez, marcou uma reunião e sugeriu que Laura, uma outra orientada sua que pesquisava o desenvolvimento de plásticos biodegradáveis, fizesse parte da equipe.
As jovens desenvolveram um modelo de absorvente feito com materiais descartados pelos agricultores da região a partir das fibras do pseudocaule da bananeira (parte da árvore que é retirada após a colheita dos cachos) e do açaí juçara.
A pesquisa, chamada “SustainPads: Absorventes Sustentáveis e acessíveis a partir de subprodutos industriais”, deu origem a uma alternativa barata – o custo é de R$ 0,02 – e ambientalmente sustentável para a confecção de absorventes higiênicos.
“Não imaginávamos o quão longe poderíamos chegar com a nossa pesquisa. Realmente não tínhamos ideia da proporção que um trabalho de pesquisa desenvolvido por estudantes do ensino médio poderia ter”, diz Laura.
O Prêmio
O Prêmio Jovem da Água (Stockholm Junior Water Prize – SJWP) acontece anualmente, em Estocolmo, na Suécia, e celebra jovens inovadores entre 15 e 20 anos de mais de 30 países.
A seleção dos indicados acontece em duas etapas: uma nacional, realizada em cada um dos países participantes, e outra internacional.
A indicação ao prêmio é resultado do esforço e dedicação que tiveram com o projeto, dizem as estudantes.
“Ficamos felizes em dizer agora que a importância desse projeto vai além da questão social: também envolve a pauta do impacto ambiental de absorventes sintéticos, proporcionando uma alternativa mais acessível e ecológica através da utilização de subprodutos industriais aqui da nossa região.
Apesar de trabalharmos com poucos recursos, conseguimos mostrar que a Educação e a Ciência é um caminho possível”. Palmas lentas!
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