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Caso suspeito de paralisia infantil em criança de 3 anos é investigado no Pará

Campanha de vacinação contra doença atingiu apenas 69,9% do público-alvo, segundo Ministério da Saúde - Foto: Divulgação/Semsa

Um caso suspeito de paralisia infantil em um menino de 3 anos de idade, do município de Santo Antônio do Tauá, no Pará, é investigado peal Secretaria e Estado de Sáude Pública (Sespa).

Nesta quinta-feira (6), o Ministério da Saúde recebeu a notificação sobre a investigação.

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Em comunicação de risco do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, a Sespa complementa que outro diagnósticos não foram descartados, como Síndrome de Guillain Barré.

A suspeita se dá devido à detecção do poliovírus nas fezes do paciente, em exame realizado diante da apresentação de sintomas como paralisia nos membros inferiores.

De acordo com a Sespe, a criança começou a apresentar os sintomas no dia 21 de agosto.

Os sintomas eram febre, dores musculares, mialgia e um quadro de paralisia flácida aguda, um dos sintomas mais característicos da poliomielite.

Após alguns dias, a criança perdeu a força nos membros inferiores e foi levada por familiares a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no dia 12 de setembro.

A Sespa informou que presta toda a assistência ao paciente, que se recupera em casa, e que atua para a rápida investigação e esclarecimento do caso.

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Vacina

A poliomielite não tem tratamento, mas o Programa Nacional de Imunizações (PNI) dispõe de vacinas que devem ser utilizadas para proteger crianças desde o primeiro ano de vida.

O PNI recomenda que a vacina injetável intramuscular seja administrada aos 2, 4 e 6 meses de idade, conferindo uma imunidade que só é reforçada aos 15 meses e aos 4 anos, com as gotinhas da vacina oral, ou em campanhas de vacinação anuais como a realizada recentemente.

A obtenção de altas coberturas vacinais foi essencial para que a doença fosse eliminada do Brasil.

A paralisia infantil teve seu último caso reportado no país em 1989.

Histórico de queda

A queda das coberturas vacinais contra a doença se repete desde 2016 e tem gerado alertas de especialistas de que o país poderia voltar a registrar casos de pólio, que pode causar morte e sequelas motoras irreversíveis.

Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), as doses previstas para a vacina intramuscular contra a pólio atingiram a meta de 95% do público-alvo pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29% das crianças nascidas naquele ano.

Depois de 2016, a cobertura caiu para menos de 90%, chegando 84,19% no ano de 2019.

Em 2020, a pandemia da Covid-19 impactou as coberturas de diversas vacinas, e esse imunizante chegou a apenas 76,15% dos bebês.

Neste ano, o percentual ficou abaixo de 70% pela primeira vez, com 69,9%.

No Pará, onde foi registrada a suspeita, o percentual foi ainda menor, de 55,73%.

À reportagem da Agência Brasil, o Ministério da Saúde informou não há registro de circulação viral de poliomielite no Brasil.

Ainda conforme a pasta, uma equipe foi enviada ao Pará nesta quinta para investigar um caso de paralisia flácida aguda.

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