O filho do empresário bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, que confessou ter montado um artefato explosivo próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília por motivações políticas, afirmou que a família era contra a mudança à capital federal para participar de atos com pautas antidemocráticas.

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“Quando o meu pai avisou que iria participar dessas manifestações, imaginamos que daria errado. Eu sabia que ia dar merda”, disse o filho do empresário.

George Sousa é um empresário do ramo de gás no Pará e alugou em novembro deste ano um apartamento no Sudoeste, bairro de classe média do Distrito Federal. Ele frequentou o acampamento de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente ao quartel-general do Exército.

Filho e esposa do empresário não sabiam da prisão

De acordo com informações do UOL, a família não foi comunicada da prisão. A esposa de George Sousa, Ana Claudia Leite de Queiroz, negou que tenha tomado conhecimento da detenção do marido.

“Estou chocada. Isso não pode ter acontecido porque ele era uma pessoa pacifista. O meu marido nunca faria algo assim”, disse a esposa do empresário.

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Bolsonarista será autuado

Segundo a PC-DF, George Sousa será autuado por crime contra o Estado Democrático de Direito, e porte e posse de arma de fogo. “Ele tinha registro de colecionador e todas as armas estão no nome dele. No entanto, não há autorização para transitar com essas armas livremente. A situação se agrava porque ele foi do Pará para Brasília sem guia de autorização de transporte”, disse a PC.

Em depoimento, ele afirmou que havia planejado a ação no aeroporto a fim de chamar a atenção de outros apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O delegado-geral da PC-DF, Robson Candido, afirmou que a corporação deve começar a busca por novos envolvidos a partir de amanhã.

“Temos informações preliminares e, ao longo da semana, mais envolvidos podem ser presos. Ele confessa a participação de outras pessoas na tentativa de explosão”, disse Candido.

Ainda segundo o delegado, George Sousa usou emulsão de pedreira na tentativa de explosão. Esse tipo de produto é explosivo e usado por mineradoras em escavações.

“Vamos verificar a origem. Queremos saber se houve doação ilegal ou furto desse material, usado em pedreiras e garimpos ilegais. É fácil de rastrear, mas a checagem pode levar algumas semanas para ser finalizada”, finalizou.