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Saiba quem são os beatos brasileiros que podem virar santos em 2023

beatos brasileiros podem virar santos em 2023

Fundador da CNBB e de obras sociais, arcebispo Dom Hélder Câmara ganhou notoriedade por sua luta pela democracia - Foto: Reprodução/Acervo O Globo

No mês de dezembro, a mineira Isabel Cristina Mrad Campos realizou uma cerimônia em sua cidade natal, Barbacena, para oficializar seu processo de beatificação, após o reconhecimento do vaticano neste mês sobre os nomes de mais duas Beatas brasileiras em 2022.

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No mês de outubro foi a vez da cearense Benigna Cardoso da Silva, mais conhecida como menina Benigna, ter o título aceito pelo Vaticano.

Conforme o jornal O Globo, além delas, outros beatos do Brasil estão à espera de virarem santos.

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Isabel Cristina Mrad Campos

Mineira Isabel Cristina é a mais nova beata brasileira — Foto: Divulgação/Arquidiocese de Mariana

A jovem foi assassinada, em 1982, por um homem que tentou estuprá-la em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Isabel, de 20 anos, nasceu em Barbacena, mas havia se mudado no mesmo ano em que foi morta, para estudar em um curso pré-vestibular. O seu objetivo era cursar Medicina.

No dia 1º de setembro daquele ano, um homem contratado para montar um guarda-roupa no apartamento onde Isabel morava com o irmão tentou estuprá-la.

Ela chegou a resistir, mas foi golpeada por uma cadeira na cabeça, antes de ser amarrada, amordaçada, ter as roupas rasgadas e ser morta com 15 facadas.

A mineira conciliava a dedicação ao catolicismo com uma vida de estudante normal, que namorava e participava de festas em Barbacena.

Seu sonho era ser pediatra para ajudar crianças carentes, segundo a Arquidiocese de Mariana.

Com o assassinato, a data de 1º de setembro concentrou homenagens à garota, vista como mártir e a ter seu túmulo em sua cidade natal visitado por fiéis.

Menina Benigna

Igreja Católica beatificou Benigna Cardoso da Silva, mais conhecida como menina Benigna, em 2019 — Foto: Divulgação/ O Globo

Benigna Cardoso da Silva morreu ainda mais jovem, aos 13 anos.

Ela vivia no sertão de Santana do Cariri, no Ceará, e foi assassinada por um adolescente que a assediava.

O título de beata já havia sido concedido pelo Vaticano à cearense em 2019, mas demorou a ser oficializado pelas autoridades católicas por conta da pandemia de Covid-19.

Assassinada a golpes de facão em 1941, a adolescente foi morta após recusar um rapaz de 17 anos que tentou violentá-la.

Ela é aclamada como “heroína da castidade”, e foi lembrada pelo Papa Francisco, em outubro, durante a tradicional audiência geral que acontece na Praça São Pedro, no Vaticano, às quartas-feiras.

Na ocasião, o pontífice saudou a jovem mártir, enfatizando que “o seu exemplo nos ajude a ser generosos”.

Dom Helder Câmara

Dom Hélder Câmara em foto de 1978 — Foto: Reprodução/Agência O Globo

O processo de beatificação do arcebispo de Olinda e Recife Dom Helder Câmara, morto em agosto de 1999, avançou no Vaticano em novembro.

Conforme a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o decreto de validade jurídica do processo foi emitido, reconhecendo que todos os atos e documentação foram aprovados pelo Dicastério para a Causa dos Santos.

Dessa maneira, o cearense fica a um passo de ser declarado venerável pelo Papa.

Um dos fundadores da CNBB, Dom Helder Câmara foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife em 12 de março de 1964, cerca de três semanas antes do início do golpe militar que deu início à ditadura no Brasil.

Desde então, o religioso estabeleceu forte resistência ao regime, denunciando violações de direitos humanos cometidas pelas autoridades policiais.

Dom Helder morreu no Recife, aos 90 anos.

Pouco mais de 15 anos após sua morte, em 2015, foi aberto o processo de beatificação e canonização do arcebispo, com a autorização da Santa Sé — jurisdição eclesiástica da Igreja Católica em Roma.

Neste mesmo ano, o religioso recebeu o título de Servo de Deus, a primeira designação na escala que vai até os santos.

Irmã Lindalva

Freira foi morta com 44 perfurações enquanto servia café a idosos no abrigo que prestava serviços — Foto: Reprodução/Arquidiocese de São Salvador da Bahia

Nascida em 1953 no Rio Grande do Norte, Lindalva Justo de Oliveira era assediada por um homem acolhido pelo Abrigo Dom Pedro II, em Salvador.

Lá, a freira potiguar prestava assistência a anciãos desabrigados.

Após a recusa dela em se relacionar, ele a matou com 40 golpes de facão enquanto a mulher servia o café da manhã, em abril de 1993.

O assassino se sentou na porta do abrigo e esperou a polícia chegar.

Em 2007, 14 anos depois do crime, ela foi beatificada em cerimônia acompanhada por mais de 25 mil fiéis.

Os irmãos e a mãe de Lindalva, à época com 85 anos, também participaram da celebração.

Por conta do martírio, não foi necessária a comprovação de milagres para que a irmã se tornasse beata.

Sendo assim, o processo de beatificação dela foi considerado um dos mais rápidos da história.

Albertina Berkenbrock

Adolescente de 12 anos teve o pescoço cortado após se recusar a fazer sexo com um homem que trabalhava para a família — Foto: Reprodução/Paróquia dos Sagrados Corações

Primeira mártir brasileira, Albertina foi morta em 1931, em Imaruí, município do interior de Santa Catarina.

Filha de agricultores alemães, a garota foi assassinada com apenas 12 anos, após uma tentativa de estupro por um funcionário da fazenda do pai dela.

Mais de cinco décadas após a arquidiocese de Florianópolis dar início ao processo, sua beatificação saiu no dia 20 de outubro de 2007.

Seu túmulo virou ponto de peregrinação de fiéis atrás de graças.

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