A varejista Americanas entregou nesta quarta-feira (25), a relação de débitos e credores à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que aceitou o pedido de recuperação judicial da empresa na última quinta-feira (19).
Na lista, a empresa declara uma dívida de R$ 41,2 bilhões a 7.967 nomes.
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Em números inteiros, a varejista deve R$ 41.231.076.111,35. Desse total, R$ 109.484.866,54 se referem a micro e pequenas empresas.
O valor referente a créditos trabalhistas é de R$ 64.842.121,99 e R$ 41.056.749.122,82 são créditos quirografários (crédito sem garantia).
Além de bancos, empresas de tecnologia e até fabricantes de chocolate aparecem no documento – as Americanas dizem ser “a maior varejista de ovos de Páscoa do mundo” e usou esse argumento no pedido de recuperação judicial.
Um dos credores das Americanas é a Ambev, que pertence aos mesmos acionistas da varejista, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. A dívida é de R$ 4,1 milhões.
Outra dívida expressiva é com a B2W Lux, empresa que atua como marketplace das Americanas, no total de R$ 3,2 bilhões.
Confira a lista entregue pela Americanas
Bancos
- Deutsche Bank: R$ 5,2 bilhões
- Bradesco: R$ 4,5 bilhões
- BTG Pactual: R$ 3,5 bilhões
- Itaú Unibanco: R$ 2,7 bilhões
- Banco do Brasil: R$ 1,3 bilhão
- Safra: R$ 2,5 bilhões
- Santander (Brasil): R$ 3,6 bilhões
- Votorantim: R$ 3,2 bilhões
- Caixa Econômica Federal: R$ 501 milhões
Empresas de tecnologia
- Google: R$ 94 milhões
- Apple: R$ 98 milhões
- Facebook: R$ 11 milhões
Fabricantes de chocolates
- Nestlé: R$ 259 milhões
- Mondelez: R$ 97 milhões
- Neugebauer: R$ 15 milhões
- Hershey: R$ 16,7 milhões
Fabricantes de eletros
- Samsung: R$ 1,2 bilhão
- Semp: R$ 70 milhões
- LG: R$ 52,8 milhões
- Lenovo: R$ 31 milhões
- Dell: R$ 36,8 milhões
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O arresto e bloqueio dos valores do Grupo Americanas retidos pelo Banco Votorantim, no valor de R$ 200 milhões e pelo Banco Safra, de R$ 95 milhões, foi determinado pelo juiz Luiz Alberto Carvalho Alves, da 4ª Vara Empresarial da Capital do Rio de Janeiro, que atendeu ao pedido da empresa.
Conforme o juiz, dois bancos descumpriram a determinação da 4ª Vara Empresarial que na última quinta-feira (19), suspendeu todas as execuções financeiras contra o Grupo Americanas, quando foi deferido o processamento de recuperação judicial do grupo.
O juiz entendeu que os valores retidos pelos dois bancos poderiam colocar em risco o processo de recuperação do Grupo Americanas.
“Há de se destacar que o comportamento das referidas instituições financeiras prejudica a formação e manutenção do capital de giro do grupo econômico em processo de recuperação”, escreveu o magistrado.
Também na segunda-feira (23), o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) liberou R$ 1,2 bilhão das Lojas Americanas que haviam sido bloqueados a pedido do BTG.
O bloqueio havia sido determinado pela Justiça, que concedeu liminar ao BTG antes do deferimento pela 4ª Vara Empresarial do processamento da recuperação judicial do Grupo Americanas e da nomeação do administrador judicial.