Um comboio com vários garimpeiros, incluindo mulheres e crianças, já começou a sair da área Yanomami, utilizando barcos e caminhadas a pé, que duram até 30 dias.
A movimentação na Terra Indígena Yanomami foi monitorada pelo serviço de inteligência do Governo de Roraima.
Por meio das fotos e vídeos, é possível observar várias pessoas saindo espontaneamente de áreas consideradas prioritárias no atendimento aos indígenas.
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Outra situação que chamou a atenção das autoridades estaduais é a quantidade de pessoas dentro de barcos e canoas, com lotação acima do nível de segurança.
Foi possível monitorar não apenas homens, mas também mulheres e crianças que resolveram evitar problemas com a justiça e saíram das áreas indígenas após a divulgação de uma operação integrada que deve ocorrer nos próximos dias.
O governador do Estado de Roraima, Antonio Denarium, confirmou ao Estadão que após ter acesso às informações entrou em contato com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e José Múcio (Defesa), para relatar a situação aos ministros.
Denarium afirmou ter proposto ao Governo Federal que auxiliasse no apoio a saída desses trabalhadores que se encontram em área de garimpo e que escolheram uma saída espontânea e pacífica.
“Falei no início da tarde deste sábado (4) com os ministros Rui Costa e José Múcio sobre o que conseguimos apurar acerca da situação do garimpo em tempo real e propusemos ao Governo Federal, que avalie uma forma de apoiar o Estado no recebimento e incentivo para esses trabalhadores (homens, mulheres e até crianças) que desejam sair de forma espontânea e pacífica, evitando qualquer tipo de confronto”, frisou o governador.
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Acompanhamento
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, desembarcou em Roraima no sábado (4), para acompanhar as ações que tentam conter a crise humanitária envolvendo os Yanomamis no estado.
E coletiva de imprensa, a ministra afirmou que esse movimento de saída espontânea desses grupos é um elemento necessário para que as ações de atendimento aos grupos indígenas afetados pela mineração ilegal seja efetiva e duradoura.
“Para que a gente consiga sair dessa situação de emergência em saúde, é preciso combater a raiz, que é o garimpo ilegal. Não é possível que 30 mil Yanomamis sigam convivendo com 20 mil garimpeiros dentro do seu território”.
O governo de Roraima declarou que está acompanhando e mantendo o governo federal informado sobre essa saída voluntária das terras indígenas.
A preocupação é que essa saída gere a ocupação de outras áreas de garimpo ilegal conhecias no estado como a Terra Indígena Raposa Serra do Sol.
Desnutrição
Uma criança de apenas um ano e cinco meses de idade morreu, neste domingo (5), na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, vítima de desnutrição grave e desidratação.
A informação foi repassada por Júnior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’Kuana (Codisi-YY), uma das principais lideranças da região de Surucucu, no extremo Oeste do estado e próxima à fronteira com a Venezuela.