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Morte de bebê Yanomami revela que crise humanitária está longe do fim

Bebê Yanomami que morreu neste domingo (5) teve desnutrição grave e desidratação - Foto: Fernando Frazão/Agência EBC

Bebê Yanomami que morreu neste domingo (5) teve desnutrição grave e desidratação - Foto: Fernando Frazão/Agência EBC

A confirmação da morte de mais um bebê Yanomami, de 1 ano e 5 meses, neste domingo (5), evidencia que ainda há muito a ser feito para resolver a grave crise humanitária que atinge o território indígena.

Com um quadro grave de desnutrição, desidratação e problemas respiratórios, o pequeno indígena da comunidade de Pahayd, região do Haxiu, foi resgatado no sábado (4).

Durante a 13ª Bienal da União Nacional do Estudantes (UNE), realizada no Rio de Janeiro, as ministras da Saúde, Nísia Trindade, e do Meio Ambiente, Marina Silva, comentaram sobre os desafios e ações da força-tarefa.

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“O que tem sido feito é a assistência à população e também a retirada, através de aeronaves da aeronáutica, daqueles que requerem atenção especializada e cuidados hospitalares”, explicou Nísia Trindade ao Portal Norte.

Segundo a ministra, há um avanço na contenção de danos por parte da força-tarefa criada pelo governo federal, contudo, há diversas limitações, a exemplo do mau tempo que impossibilitou o resgate do bebê neste fim de semana.

“Essa operação está sendo muito intensa e o principal nesse momento é garantir a regularidade nessa atenção à saúde e, ao mesmo tempo, a proteção da população”, afirmou a ministra.

Ministra fala em genocídio

Histórica liderança na luta em defesa do meio-ambiente, Marina Silva afirmou, em debate com os estudantes, que a crise no território Yanomami trata-se de um genocídio praticado pelo governo passado.

“É soberano um país que deixou acontecer um genocídio, que deixou crianças indígenas serem violentadas?”, questionou a atual ministra do Meio Ambiente.

De acordo com Marina, o ministério tem atuado em conjunto com outras pastas para priorizar ações de combate à criminalidade e de ordenamento territorial fundiário.

“Hoje nós temos um descontrole aéreo na Amazônia. São mais de duas mil pistas clandestinas e o Estado brasileiro tem que por um completo ponto final nessa forma criminosa de se assenhorar das comunidades”.

Reforço na segurança

Desde a semana passada, a Terra Indígena Yanomami passou a receber maior proteção com a publicação de duas portarias do governo federal, instituindo diretrizes de controle aéreo e terrestre da região.

Ainda no âmbito da segurança, o Ministério da Defesa estabeleceu critérios para a identificação de aeronaves suspeitas no espaço aéreo da região.

O pacote emergencial de proteção inclui a remoção das comunidades em que há maior risco, fiscalização do Ibama e desintrusão de algumas áreas.

As medidas também visam o combate ao tráfico de drogas e armas, grilagem e violência sexual, contra mulheres, crianças e adolescentes indígenas.

“Na área ambiental, nós tivemos um desmonte, um apagão, de quatro anos. Estamos fazendo agora um esforço de forma transversal de restabelecer as políticas públicas e criar novas políticas públicas”, assegurou Marina.

Prioridades do novo governo Lula

O restabelecimento do Fundo Amazônia e a criação do Plano Nacional de Prevenção ao Desmatamento de todos os biomas brasileiros irão fortalecer as ações do governo.

Além dos Yanomamis, o ministério tem como foco a defesa e preservação dos povos Mundurukus e Kaiapós, cujo nível de ameaça também é considerado grave.

Para a ministra, “o Brasil tem um grande potencial de juntar economia e ecologia numa mesma equação”, desde que sejam combatidas ações ilegais e substituídas por projetos e políticas públicas.

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Força-tarefa realizada novas visitas

Nesta segunda (6), o gabinete de crise dos Direitos Humanos que apura a situação de saúde dos Yanomami inicia visitas às unidades de saúde em Roraima.

A comitiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) deve passar pela Casa de Saúde Indígena (Casai), Hospital da Criança e do Sistema Único de Saúde (SUS), além do Hospital Geral de Roraima (HGR).

O grupo ministerial está em Boa Vista para levantar informações e diagnósticos sobre a tragédia humanitária no território Yanomami.

Já na terça (7), os representantes visitam aldeias que integram o território indígena, em Surucucu.

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