A ex-detenta Elize Matsunaga, de 41 anos, está trabalhando como motorista de aplicativos em Franca, interior de São Paulo.
Ela está cumprindo em liberdade o restante da pena pelo assassinato do marido empresário,Marcos Kitano Matsunaga.
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Elize se mudou para a cidade depois de deixar a penitenciária feminina de Tremembé, em 2012, após progredir para o regime aberto.
Na ocasião, ela havia completado dez anos na prisão.
Elize foi condenada a 19 anos e 11 meses por assassinar Marcos Kitano Matsunaga e esquartejar o corpo.
Motorista de app
A revelação sobre a nova atividade da ex-detenta foi feita pelo escritor Ulisses Campbell, autor de livros e de uma biografia de Elize, em publicação no perfil Mulheres Assassinas.
O novo trabalho da ex-detenta foi confirmado por taxistas da cidade que já cruzaram com a nova profissional do setor pelas ruas.
Pessoas que utilizaram os serviços de motorista a descreveram em redes sociais como cuidadosa e atenciosa.
Segundo publicação do biógrafo, Elize usou o nome de solteira para se inscrever em três plataformas de aplicativo, uma delas local.
A ex-detenta trabalha com um carro Honda Fit, ironicamente uma marca japonesa, como a ascendência do marido.
No perfil das plataformas, ela evita o sobrenome Matsunaga, do marido assassinado, e utiliza seu nome de solteira: Elize Araújo Giacomini.
Elize Matsunaga
A mulher é bacharel em direito, formada também em contabilidade e técnica de enfermagem.
Ela teve descontos na pena por trabalhar e estudar na prisão.
A exemplo do que aconteceu com Suzane von Richthofen, condenada pelo assassinato dos pais e que criou a loja virtual Su Entrelinhas para vender acessórios femininos feitos à mão, Elize também recebe críticas e elogios nas redes sociais.
Internautas ironizam o fato de ela ter colocado as partes do corpo do marido no porta-malas do carro após o esquartejamento e perguntam se alguém estranharia caso ouvisse barulhos no bagageiro do veículo dela.
Outros lembram que a mulher está tentando reconstruir a vida de forma digna e honesta.
“Infelizmente, as pessoas ainda têm medo e preconceito por ela ter cometido um assassinato”, postou um morador de Franca.
Uma internauta disse que não teria coragem de fazer uma corrida com ela como motorista.
“Não estou questionando a salvação dela, mas enquanto aqui no mundo, temos de ser prudentes. Ela pode trabalhar, mas não como motorista de aplicativo”, disse.
Outra defendeu a iniciativa. “Deixa a mulher trabalhar em paz e quem não está satisfeito com a pena dela vai reclamar com a Justiça “
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O crime
O assassinato de Marcos Matsunaga aconteceu em maio de 2012 no apatamento do casal, na Vila Leopoldina, em São Paulo.
O empresário era herdeiro da empresa de alimentos Yoki e, segundo a investigação, Elize cometeu o crime por suspeitar de traição.
O marido foi morto com um tiro na cabeça e, depois, teve o corpo cortado em partes, que foram colocadas em sacos e levadas no porta-malas do carro.
As partes foram espalhadas em áreas verdes da Região Metropolitana de São Paulo. A mulher confessou o crime durante a investigação.