Um vídeo que circula nas redes sociais mostra que uma sucuri morreu engasgada ao tentar comer um cachorro da raça Americana na zona rural de Dueré, em Tocantins.
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O registro foi feito por Bento Gonçalves, de 75 anos. Ele passou dias procurando pelo cachorro desaparecido e acabou encontrando o animal na boca da sucuri.
O detalhe é que a cobra, nas palavras dele, “morreu engasgada”.
Foram dias procurando pelo filhote até que no fim de semana resolveu roçar a vegetação de um córrego próximo da casa em que vive com a esposa, dona Dina, e encontrou os dois animais mortos: a presa e a predadora.
“Moro toda a vida na roça, já vi sucuri pegar muito bicho, mas nunca tinha visto morrer engasgada”, brincou.
O ataque aconteceu dentro do próprio córrego. O cão foi engolido pela metade, mas a cobra não conseguiu terminar a refeição – ou ainda tentou vomitar.
“Achei que estava viva ainda. Corri e falei: mulher a sucuri está ali com o cachorro na boca. Ainda cortei um pedaço de madeira, mas aí ela não se mexia. Depois percebi que estava morta. Engoliu o cachorro até passar da costela e não conseguiu voltar. Morreu engasgada”, contou.
Após descobrir o destino do cão, a preocupação do Bento foi justamente fazer o registro para que não ficasse de mentiroso.
“Eu nunca tinha visto nem falar que sucuri morria engasgada, mas essa morreu. Chamei os filhos para tirar a foto para contar pra alguém porque se contar a história de cara limpa vão olhar e rir, dizer que está mentindo. Morreu de atrevida”, brincou.
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Registro de serpente Sucuri
Segundo a bióloga Raiany cruz, a serpente sucuri pode chegar até 11 metros de comprimento e se alimenta de vários tipos de presas.
Dentre elas estão: peixes, rãs, lagartos, aves, roedores, filhotes de antas, veados e até jacarés. Cães, claro, também estão no cardápio.
Ainda segundo a especialista em serpentes, esse tipo de situação já foi registrado em outras ocasiões.
“Isso já aconteceu em outros casos. Pode acontecer e não é tão incomum, quanto parece”, comentou.
A explicação é que o ataque à presa e a própria alimentação podem causar um gasto energético muito grande e levar a cobra ao óbito.
“Dependendo do tamanho da presa a serpente vai ter um gasto energético demasiado para fazer a digestão e dependendo do estresse que foi colocado para fazer essa ação ela pode vir a óbito em função desse gasto energético e do estresse”, explicou Raiany.
Também é possível que a cobra acabe tendo as vísceras perfuradas por cascos e chifres das presas – ou nesse caso possivelmente as unhas do cão -, por exemplo.
“Já aconteceu caso de alimentação com porco espinho e os espinhos perfurarem. Chifres, cornos, cascos. Essas estruturas que o animal não consegue digerir, com potencial de perfuração podem causar o óbito. Outra situação foi de uma sucuri que se alimentou de um jacaré. Como as escamas são muito enrijecidas, acaba por dificultar a digestão. A serpente também foi a óbito porque a parte mais extrema também causou perfuração”, comentou.