A Polícia Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) detalharam, nesta segunda-feira (24), o resultado da Operação Élpis, que apura investiga o caso Marielle Franco.
O crime cometido há cinco anos, na capital carioca, também resultou na morte do motorista da vereadora, Anderson Gomes, e na tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.
Durante a investida, os agentes prenderam o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, com base em informações coletadas na delação premiada do ex-PM Élcio de Queiroz, que assumiu a participação no assassinato.
+ Envie esta íntegra no seu WhatsApp
+ Envie esta íntegra no seu Telegram
A ação cumpriu, ao todo, um mandado de prisão preventiva e sete de busca e apreensão, no Rio de Janeiro e Região Metropolitana.
Segundo as investigações, Suel, como é conhecido, atuou na ‘vigilância’ e no ‘acompanhamento’ da vida da parlamentar.
Além disso, ele teria sido o responsável da troca de placas do veículo Cobalt, utilizado no assassinato.
O ex-bombeiro também teria se desfeito das cápsulas e munições usadas, um dia após o crime, e providenciou o desmanche do carro.
Suel já havia sido preso em 2020, por atrapalhar as investigações, e chegou a ser condenado no ano seguinte, mas cumpria pena em regime aberto.
Uma quarta pessoa, um sargento identificado como Macalé, também estaria envolvida no caso, no entanto, ele foi executado em plena luz do dia em 2021.
De acordo com a PF e Ministério Público, a operação desta segunda (24) conclui a investigação sobre a dinâmica de execução do crime, restando identificar os mandantes.
Delação premiada de ex-PM foi fundamental para investigações
O promotor de Justiça Eduardo Martins detalhou os motivos do pedido de prisão de Suel, após a confissão da participação de Élcio de Queiroz.
“Segundo o delator [Élcio], Maxwell participou da manutenção e guarda do carro, da vigilância da vereadora e, após o crime, auxilia os executores a trocar as placas do veículo, a contactar a pessoa responsável a se desfazer do carro”, explicou.
“Ele também auxiliava na defesa dos acusados, fora outras questões, como o auxílio a se desfazer das armas. Isso demonstra que, em liberade, ele continuaria a se desfazer de provas”, acrescentou.
Em Brasília, o ministro da Justiça Flávio Dino comentou sobre a delação do ex-PM Élcio de Queiroz, que foi preso em 2019, junto com Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos.
Os dois ainda serão julgados pelo crime, em data a ser definida pela Justiça do Rio.
“Essa delação foi já homologada judicialmente e foi essa delação que resultou na operação de hoje, no Rio de Janeiro”, afirmou.
Por conta da delação, o ex-PM será contemplado com alguns benefícios, que foram mantidos em sigilo no processo. Contudo, ele seguirá preso.
O ministro disse ainda que a etapa de investigação sobre os mandantes segue em andamento e os indícios apontam para o envolvimento de mílicias.
“Há a participação de outras pessoas. Isso é indiscutível”, ressaltou Dino.
RELACIONADAS
+ Ex-bombeiro é preso em operação que apura morte de Marielle Franco
+ Justiça do RJ nomeia integrantes para investigar morte de Marielle Franco
+ STJ autoriza família de Marielle a ter acesso às provas do crime
Irmã de Marielle, ministra reage a prisão nas redes sociais
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, comentou logo cedo sobre a prisão de mais um suspeito de envolvimento no crime, cometido há cinco anos.
Irmã de Marielle, a ministra, que está na Colômbio em compromisso da pasta, reiterou sua convicção no trabalho investigativo.
“Reafirmo minha confiança na condução da investigação pela PF e repito a pergunta que faço há 5 anos: quem mandou matar Marielle e por quê?”
Veja a publicação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco: