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Caso Marielle: Saiba como foi a execução do crime confessada por ex-PM envolvido

Ex-PM Élcio de Queiroz revelou ter dirigido o Cobalt que conduzia Ronnie Lessa - Foto: Reprodução/MPRJ

Ex-PM Élcio de Queiroz revelou ter dirigido o Cobalt que conduzia Ronnie Lessa - Foto: Reprodução/MPRJ

A delação premiada do Élcio de Queiroz, sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, em 14 de março de 2018, foi crucial para as investigações.

Preso desde 2019, o ex-PM é o primeiro envolvido no caso a confessar a participação no crime, do qual aguardava o julgamento sobre a autoria.

Após a delação, Polícia Federal e o Ministério Público do Rio dde Janeiro (MPRJ) consideraram que a etapa de apuração sobre a dinâmica do assassinato está concluída.

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Élcio de Queiroz confirmou ter conduzido o veículo Cobalt prata de placa clonada, que levava Ronnie Lessa, delatado como autor dos disparos.

Contudo, o ex-PM disse que só soube do que se tratava o serviço pouco antes da execução.

“No momento que ela saiu [da Casa das Pretas], ele [Ronnie] falou: ‘É ela’. Aí ela deu a volta, só que ela fala com uma pessoa. Eu achei que essa senhora estava se despedindo dela. Mas não, só que essa pessoa entrou no carro”.

“Achei que ia abortar a missão, mas ele falou pra ficar tranquilo que não ia pegar nela não, ele me tranquilizou.”

Élcio de Queiroz – delator do Caso Marielle

Ainda na delação, o ex-PM afirmou que Ronnie tentou matar Marielle três meses antes, com a ajuda do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa.

Lessa teria revelado, durante uma comemoração de Réveillon, que não concluiu a ação antes porque o ex-bombeiro teria ficado com medo de emparelhar o carro com o da parlamentar.

Suel, como é conhecido, foi preso nesta segunda-feira (24), na Operação Élpis, e foi denunciado pelo MPRJ como partícipe do crime.

Ele já havia sido preso em 2020 e condenado em 2021 por atrapalhar as investigações, mas cumpria pena em regime aberto.

Queima de arquivo

Além do ex-bombeiro, Élcio de Queiroz revelou que mais uma pessoa estaria envolvida: o sargento da PM, Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé.

O então sargento teria feito a ponte entre o mandante do crime e Ronnie Lessa.

Ele foi executado em Bangu, na Zona Oeste do Rio, em 2021, em plena luz do dia.

Assista o vídeo do momento em que um dos envolvidos no crime é executado no Rio:

https://twitter.com/demori/status/1683574221601923072?s=20
Fonte: Reprodução/Twitter/ @leandrodemori

Outro citado é o 2º sargento da PM, Luiz Carlos Felipe Martins, mais conhecido como Orelha, também assassinado a tiros na porta de casa, em Realengo, no mesmo ano.

Orelha teria sido o responsável por dar um sumiço no Cobalt utilizado no crime.

O que levou Élcio a delatar?

Segundo a Polícia Federal, a motivação para Élcio delatar Ronnie Lessa se deu depois que as investigações identificaram buscas feitas pelo autor dos disparos sobre a vida da vereadora.

O ex-PM relatou que Lessa garantiu não ter feito esse tipo de pesquisa, a qual poderia ser implicada na autoria do crime, sendo que Élcio estaria confiante numa absolvição por falta de provas.

“O convencimento do Élcio [para delatar] foi porque o Ronnie garantiu que não tinha feito pesquisa em Marielle e isso gerou uma desconfiança por parte de Élcio”

Jaime Cândido – Delegado da PF

Vantagens da colaboração

Inicialmente, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou durante a coletiva de imprensa sobre a Operação Élpis que os benefícios da delação premiada do ex-PM eram sigilosos.

No entanto, segundo informações divulgadas pelo Jornal Nacional, na noite de segunda-feira (24), o réu Élcio de Queiroz cumprirá mais oito anos de prisão e não vai a júri popular, como previsto inicialmente.

Ele ainda será transferido para um presídio estadual, cuja identificação não será revelada.

A família do ex-policial também receberá proteção.

Protesto em muro de escola em frente ao local do crime, na região do Estácio – Foto: Mellyna Reis

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Ministro rebate criticas sobre sua condução no caso

O ministro da Justiça, Fláviio Dino, recorreu ao Twitter para rebater as críticas que recebeu após as declarações na entrevista sobre os novos fatos do Caso Marielle.

“Me impressiona a quantidade de gente incomodada com o avanço das investigações do caso Marielle”, escreveu Dino.

Sem citar nomes diretamente, o ministro rechaçou ‘disparates jurídicos proferidos por incompetentes’ e outros posicionamentos.

A declaração de Dino foi dada um dia após o ex-deputado Deltan Dallagnol, o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e o juiz Marcelo Bretas questionarem, nas redes sociais, o uso da delação premiada no caso.

Confira o posicionamento do ministro da Justiça, Flávio Dino:

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