A confiança nas Forças Armadas sofreu uma queda expressiva desde o fim de 2022, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira (21).
Segundo o levantamento, a queda de confiança mais significativa se deu entre eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição.
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Entre dezembro de 2022 e agosto, o número dos brasileiros que afirmavam “confiar muito” na instituição passou de 44% para 33%.
O levantamento ainda mostra que a porcentagem de quem “confia pouco” nas Forças Armadas registrou um crescimento: foi de 36% em dezembro de 2022 para 41% em agosto.
A parte de entrevistados que “não confia” na instituição foi de 18% para 23% no mesmo período de tempo.
Na pesquisa, 2% disseram não souber responder.
Influência bolsonarista
Por segmento, a pesquisa mostra que houve uma queda de confiança mais significativa entre eleitores que votaram em Jair Bolsonaro no segundo turno.
Anteriormente, 61% pessoas desse grupo “confiava muito” nas Forças Armadas; o número agora é de 40%.
A parcela entre os que “confia pouco” foi de 31% para 38%. Os que “não confiam” passaram de 7% para 20% nesse segmento.
Envolvimento do exército em escândalos
A perda de confiança ocorre após integrantes das Forças Armadas virarem alvo de investigações em episódios, como a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro e também do suposto envolvimento de militares no esquema de venda de joias entregues a Bolsonaro durante o exercício do mandato.
Em abril, 80 militares, entre eles um deles general, prestaram depoimento à Polícia Federal sobre os atos golpistas, o que causou constrangimento no Exército.
Os membros do núcleo também foram ouvidos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, que investiga os ataques às sedes dos Três Poderes.
Foi o colegiado, inclusive, que teve acesso aos e-mails do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que culminou na descoberta da venda de joias entregues ao ex-presidente.
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Posição do atual governo
Desde que venceu a eleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta despolitizar as Forças Armadas, que ganharam protagonismo relevante dentro do governo Bolsonaro.
Após os atos do 8 de janeiro, Lula admitiu que tinha perdido a confiança em parcela dos militares da ativa.
Posteriormente, o governo somou 155 dispensas e exonerações de praças e oficiais das Forças Armadas.
Outras instituições
A pesquisa também buscou entender o nível de confiança em outras instituições.
A Igreja Católica aparece no topo da lista com 41% de confiança dos entrevistados, seguida da igreja evangélica e da Polícia Militar, ambas com 34%.
As instituições com menos confiança entre os brasileiros são o Congresso Nacional (Câmara e Senado) com 9% e os partidos políticos com 4%.
A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.029 pessoas entre os dias 10 e 14 de agosto. A margem de erro máxima estimada é de 2,2 pontos porcentuais.