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Apagão: ‘tínhamos que cortar energia trafegando na rede’, diz diretor do ONS

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Apagão aconteceu na manhã desta quinta-feira, 23 - Foto: ANEEL/Arquivo

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, defendeu a atuação da entidade na sequência do apagão do último dia 15 de agosto.

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Houve cortes pontuais da energia que trafegava na rede para posterior correção.

“Tínhamos que cortar energia trafegando na rede. Em eventos de grandes proporções, o ONS tem prerrogativa de operação mais conservadora”, disse Ciocchi.

Segundo o chefe do ONS, o apagão chegou a cortar 34% da carga do Brasil naquele dia.

Ciocchi falou, nesta terça-feira (29), em audiência pública conjunta nas comissões de Minas e Energia e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.

Apesar disso, afirmou, não há como atribuir culpa a fontes geradoras e agentes.

Mais cedo, ele disse que houve uma abertura de linha que causou uma interrupção que não foi compensada a contento e gerou uma espécie de efeito dominó com uma série de ocorrências no sistema.

“Estamos garantindo que a operação atenda 100% da demanda do Brasil de forma segura. Não há como neste momento atribuir culpas a fontes e agentes. Ao analisar dados da ocorrência identificamos que não estavam compatíveis. O ONS está empenhado em resolver todas essas questões”, disse.

Recuperação do apagão

Segundo Ciocchi, o apagão dividiu o sistema brasileiro em três regiões: Norte, Nordeste e uma terceira, incluindo as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

No caso desta última, ele disse que a recuperação veio em menos tempo porque as “barreiras de proteção” agiram de forma correta.

Já no Nordeste, reconheceu, a recuperação demorou mais tempo, cerca de três horas, com perda de até 50% na carga que alimentava a região.

O Norte, disse Ciocchi, teve blecaute quase total, com iguais dificuldades para o restabelecimento da oferta de energia.

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Defesa das renováveis

Ciocchi também disse que a diversidade de fontes impõe complexidade à operação do sistema elétrico, mas não deve ser encarada como um problema, e sim como vantagem competitiva do país.

“Esse crescimento de energia eólica e solar às vezes aparece na imprensa como um problema (devido à intermitência). Eu afirmo que isso não é problema nem no Brasil nem no mundo. É, sim, uma grande vantagem comparativa que o Brasil tem de aproveitar, vantagens que temos no Nordeste e no norte de Minas”, comentou Ciocchi.

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