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Homem é resgatado após ‘morar’ mais de 10 anos em galinheiro em SP

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A vítima dormia em um local que era utilizado como galinheiro; o homem nunca recebeu salário em 10 anos - Foto: Divulgação/Ministério Público do Trabalho

Um homem, de 50 anos, foi resgatado de uma propriedade rural, após ‘morar’ mais de 10 anos em um galinheiro.

A vítima foi encontrada em situações análogas a escravidão em Itapirapuã Paulista, no interior de São Paulo.

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O resgate foi feito pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), e segundo o órgão, ele era obrigado a dormir em um galinheiro, ao lado de um paiol, para evitar que as galinhas fugissem para o chiqueiro e fossem devoradas por porcos. 

A vítima trabalhava em lavouras de milho e feijão, sem receber salário, em troca de comida e moradia.

Conforme o registro do MPT, ao lado do colchão velho e sujo, havia produtos químicos, agrotóxicos e ferramentas de trabalho no campo.

O ambiente precarizado de higiene, continha roupas espalhadas pelo chão junto com fezes de animais.

No local não havia banheiro, nesse caso, o homem utilizava a instalação sanitária da casa do empregador.

Foto: Divulgação/Ministério Público do Trabalho

Após o resgate, o MPT, relatou que a vítima estava visivelmente com medo do dono da fazenda.

Em relatos à entidade, ele alega que era agredido fisicamente pelo empregador e que era forçado a trabalhar.

Em depoimento ao MPT, a vítima disse que o proprietário da terra já atingiu um golpe com facão no antebraço esquerdo do trabalhador, após uma briga com o irmão do empregador. 

Mesmo com 50 anos, o indivíduo não possuía documento de identidade, apenas uma certidão de nascimento. 

Foto: Divulgação/Ministério Público do Trabalho

Marcos Vinicius Gonçalves, coordenador regional da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento do Tráfico de Pessoas (CONAETE), fala sobre a gravidade do grau de exclusão social do indivíduo pela qual foi submetido o trabalhador resgatado durante anos.

“É possível verificar que a situação em questão resulta de uma grave exclusão social pela qual foi submetido o trabalhador resgatado durante anos”, disse o coordenador. 

Mesmo com 50 anos, a vítima foi encontrada apenas com uma certidão de nascimento e não possuía documento de identidade.

“Apesar de ter mais de 50 anos, ele não possui sequer um documento de identidade, seja RG ou CPF. A certidão de nascimento é a única prova documental da sua existência como ser humano”, afirma Marcos.

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