Nesta terça-feira (6/2), um funcionário terceirizado da Fundação Getúlio Vargas (FGV), localizada no centro de São Paulo, foi detido sob acusação de instalar câmeras ocultas em um vestiário feminino da instituição de ensino.
Conforme relatos à polícia, uma das vítimas encontrou duas câmeras, uma conectada à tomada e outra escondida dentro de um armário, no vestiário destinado às funcionárias para troca de roupas. Suspeitando que os dispositivos pertenciam a um funcionário responsável pela limpeza da instituição, conforme informações da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Após investigações, a Polícia Civil levantou provas e solicitou um mandado de busca e apreensão na casa do suspeito, que foi concedido pela Justiça. No endereço, foram apreendidos materiais eletrônicos e de informática voltados à captação das imagens das mulheres, informou a SSP.
“Essas câmeras capturavam a rotina de um vestiário feminino, mulheres com a parte de baixo das vestimentas, ou até nuas, trocando de roupas”, afirmou o delegado Percival Alcântara, responsável pelo caso, ao SBT.
Como as câmeras foram descobertas
O delegado destacou que a funcionária descobriu as câmeras quando tentou conectar um equipamento na tomada e percebeu que não estava funcionando. Foi nesse momento que ela notou a presença de uma microcâmera instalada.
Segundo a investigação, o indivíduo detido estava perseguindo uma das funcionárias. “Ele realizava trabalhos de amarração, colocou um chip rastreador em sua bolsa, tentava entrar em contato com ela, e até imprimia fotos digitais para mídia física — ou seja, configurando um crime de stalking”, declarou Percival à TV Globo.
O caso foi registrado pelo 5° Distrito Policial (Aclimação).
O que diz a FGV
Em nota, a FGV afirmou que “não teve conhecimento de que tenha havido funcionários ou alunos seus envolvidos, ou vítimas da prática de tais atos”.
A universidade informou que notificou a empresa responsável pelos serviços de limpeza, a Colorado Serviços Ltda, empregadora do funcionário acusado.
A instituição solicitou “seu imediato afastamento e a adoção das medidas necessárias, em caráter de urgência, para apuração dos fatos, conjuntamente com as autoridades policiais”.
“A FGV permanecerá contribuindo com as investigações até sua conclusão, reiterando seu repúdio à prática de qualquer forma de assédio, abuso ou discriminação”, concluiu a nota.