A indígena Jaqueline Tedesco, de 26 anos, morreu na manhã desta sexta-feira (15) após quase uma semana internada por causa de um acidente envolvendo serviço de fondue em um restaurante na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

O caso ocorreu no sábado (9). Segundo uma testemunha e amiga da vítima, a garçonete estava pressionando uma garrafa de álcool em gel e em questão de segundos, quando foi acender a chapa do fondue, houve a explosão. As chamas atingiram Jaqueline, a mãe dela e a mesa.

Jaqueline sofreu graves queimaduras no queixo, braços, seios e mãos. Ela estava internada na UTI do Hospital Geral Associação de Caridade Santa Casa.

Além de ser a quarta indígena a se formar em Direito pela Furg (Universidade Federal de Rio Grande), ela foi a primeira mulher indígena a ocupar a coordenação-geral do DCE (Diretório Central de Estudantes) da universidade.

Ela também era membro ativa da Upei (União Plurinacional dos Estudantes Indígenas), que luta pelo acesso e permanência de indígenas em universidades de todo o país.

Nas redes sociais, o restaurante Le Petit divulgou uma nota expressando pesar, pedindo desculpas e prometendo assistência às vítimas.

“Estamos no mercado desde 2009, sem nenhuma ocorrência, pois utilizamos materiais adequados. Estamos trabalhando diligentemente para entender a causa exata e implementar medidas preventivas para garantir que tal fato não aconteça novamente”, declarou um trecho da nota.

Apreensão de câmeras

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul apreendeu, na quinta-feira (14), as câmeras do restaurante Le Petit.

A investigação quer saber se existem imagens que registraram a tragédia.

Um mandado de busca e apreensão resultou no recolhimento do gravador digital de vídeo (DVR). O equipamento deve passar por análise no Instituto-Geral de Perícias (IGP).

Segundo a polícia, os proprietários informaram que o sistema de câmeras não guarda as imagens, motivo pelo qual o DVR será periciado no IGP.