Uma pesquisa recente pelos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva revelou que a grande maioria das mulheres brasileiras vive sob constante medo ao se deslocar nas cidades.

De acordo com o estudo, 97% das mulheres entrevistadas afirmam sentir medo de enfrentar situações de violência.

A pesquisa intitulada de ‘Vivências e demandas das mulheres por segurança no deslocamento’ envolveu 4.001 mulheres e foi apoiada pela Uber.

Principais temores

Os dados mostram que os maiores medos durante os deslocamentos incluem:

  • Assaltos e sequestros: 66% das mulheres temem ser vítimas de assalto ou sequestro relâmpago.
  • Estupro: 66% expressam preocupação com a possibilidade de sofrer estupro.
  • Assédio sexual: 58% relatam medo de importunação ou assédio durante o trajeto.

Experiências de violência

A pesquisa também indica que 71% das mulheres já vivenciaram algum tipo de violência enquanto se deslocavam.

As situações mais relatadas incluem olhares insistentes e cantadas inconvenientes, com 44% das entrevistadas afirmando ter passado por isso.

Os principais fatores que aumentam a sensação de insegurança entre as mulheres incluem:

  • Falta de policiamento: 56% apontam a ausência de policiamento nas ruas como uma das maiores preocupações.
  • Iluminação deficiente: 52% mencionam que a falta de iluminação adequada contribui para a sensação de vulnerabilidade.
  • Ruas desertas: 50% sentem-se inseguras em áreas pouco movimentadas.

Em resposta à crescente insegurança durante os deslocamentos, muitas mulheres brasileiras têm adotado medidas individuais para aumentar sua sensação de segurança.

Essas estratégias incluem evitar áreas desertas ou mal iluminadas, escolher com cuidado onde se sentar nos transportes coletivos e, frequentemente, compartilhar seus planos de viagem com amigos ou familiares.

Além disso, muitas optam por sair acompanhadas sempre que possível e evitam sair à noite ou vestir roupas que possam atrair olhares indesejados.

Essas precauções refletem um esforço constante para minimizar os riscos associados à violência urbana.

Apesar dessas medidas, as mulheres reconhecem que a responsabilidade pela segurança não deve recair apenas sobre elas.

Muitas expressam a necessidade urgente de políticas públicas eficazes que garantam um ambiente seguro em suas cidades.

Chamado por políticas públicas

“A pesquisa mostra que as mulheres sentem muito medo quando saem de casa, que esse medo tem a ver com suas experiências com a violência urbana e de gênero e que elas sabem quais iniciativas podem contribuir para aumentar sua segurança. Em especial, o levantamento revela que as brasileiras percebem que essas medidas são de responsabilidade do Estado, em especial da prefeitura de sua cidade. Por isso, elas também consideram que a segurança das mulheres no deslocamento deve ser um tema prioritário nestas eleições municipais”, afirma Jacira Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão.

O estudo, realizado pelos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, destaca a necessidade urgente de abordar a questão da segurança feminina e proteger as mulheres durante seus deslocamentos diários.

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