O financiamento da Caixa Econômica Federal, uma das principais opções para quem busca adquirir um imóvel no Brasil, vai passar por importantes mudanças a partir de 1º de janeiro de 2025. Com novas condições de crédito e o aumento do valor de entrada, essas alterações podem impactar diretamente os planos de quem pretende comprar ou construir um imóvel.

O que muda no financiamento da Caixa?

Uma das principais alterações no financiamento da Caixa é o aumento da porcentagem que o comprador deve pagar como entrada. Atualmente, a Caixa financia até 80% do valor do imóvel pelo Sistema de Amortização Constante (SAC), e até 70% pela tabela Price. Com as novas regras, o percentual financiado será reduzido, o que significa que o comprador terá que arcar com uma parcela maior do valor total.

A partir de janeiro, as regras serão as seguintes:

  • Sistema SAC: O banco financiará até 70% do valor do imóvel, enquanto o comprador deverá pagar 30% de entrada.
  • Sistema Price: O financiamento será limitado a 50% do valor do imóvel, exigindo que o comprador pague os outros 50% como entrada.

Essas mudanças visam ajustar a oferta de crédito da Caixa, diante do aumento da demanda por imóveis e da necessidade de equilibrar os recursos disponíveis para financiamentos habitacionais.

Por que o financiamento da Caixa está sendo alterado?

As mudanças no financiamento da Caixa estão diretamente ligadas a fatores econômicos e de mercado. O aumento da demanda por imóveis no Brasil, somado ao crescente volume de saques da caderneta de poupança – principal fonte de recursos para os financiamentos imobiliários – forçou a instituição a revisar suas condições de crédito.

Em setembro de 2024, a poupança registrou saques líquidos de R$ 7,1 bilhões, marcando o maior valor do ano e o terceiro mês consecutivo de retiradas. Com isso, a Caixa informou que sua carteira de crédito habitacional deve ultrapassar o orçamento aprovado para o próximo ano, criando a necessidade de ajustes nas condições de financiamento.

Segundo a instituição, o objetivo dessas mudanças é garantir a sustentabilidade dos recursos para crédito habitacional, atendendo à demanda de forma mais equilibrada. Além disso, a Caixa está em constante diálogo com o mercado e o governo para buscar soluções que permitam a expansão do crédito imobiliário no país.

Limitações no valor do imóvel

Outra mudança significativa no financiamento da Caixa é a limitação no valor dos imóveis que podem ser financiados. A partir de janeiro, apenas imóveis avaliados em até R$ 1,5 milhão poderão ser financiados com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Essa regra se aplica tanto para a compra quanto para a construção de imóveis.

No modelo atual, não há um teto máximo estabelecido, o que permitia financiamentos para imóveis de valores superiores. Com a nova regra, o mercado imobiliário de imóveis de luxo pode ser afetado, já que muitos compradores que dependiam do financiamento precisarão reavaliar seus planos.

Importante ressaltar que essa limitação não se aplica a empreendimentos financiados pela própria Caixa. Unidades habitacionais vinculadas a esses projetos continuarão a seguir as regras anteriores, assim como propriedades já adquiridas, cujos contratos de financiamento permanecerão inalterados.

O que fazer antes das novas regras entrarem em vigor?

Para os consumidores que estão finalizando o financiamento da Caixa, a recomendação de especialistas é acelerar o processo antes que as novas regras entrem em vigor. Assinar o contrato até o final de dezembro garante as condições atuais, que incluem uma entrada menor e uma parcela maior do valor do imóvel financiada pelo banco.

Por outro lado, quem não conseguir fechar o negócio dentro desse prazo terá que se adaptar às novas condições. O aumento do valor de entrada pode exigir um planejamento financeiro mais rigoroso, com a necessidade de poupar mais dinheiro antes de dar o próximo passo na compra do imóvel. Outra alternativa é recorrer a consórcios, que permitem a compra de imóveis sem a necessidade de financiamentos com altos juros.