A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na última sexta-feira, 27 de outubro, que a bandeira tarifária para as contas de luz em novembro será a bandeira amarela e ficará mais barata.

Essa decisão foi motivada pela melhoria das condições climáticas e pelo aumento do volume nos reservatórios das hidrelétricas, resultado das chuvas recentes. A medida já havia sido antecipada no Acre.

A mudança para bandeira amarela, que substitui os dois meses anteriores de bandeira vermelha 2, trará um alívio significativo nas contas de luz dos brasileiros que ficarão mais baratas. Com isso, a dependência das termoelétricas, que geram energia a um custo mais elevado, deve diminuir.

Bandeira vermelha e o custo a mais

O Ministério de Minas e Energia (MME) também comentou sobre a alteração nas tarifas. Em nota, o MME afirmou que o planejamento para os reservatórios do Brasil permitiu não só o relaxamento da bandeira tarifária, mas também a suspensão do horário de verão em 2024.

Durante a vigência da bandeira vermelha, os consumidores enfrentavam um custo adicional de R$ 7,87 para cada 100 kWh consumidos. Com a nova bandeira amarela, esse acréscimo será reduzido para R$ 1,885. Essa alteração é aplicável a todos os consumidores que estão conectados ao Sistema Interligado Nacional.

Efeito na inflação

Além do alívio nas contas de energia, a mudança na bandeira tarifária também terá um impacto positivo sobre a inflação. Segundo análises da Warren Investimentos, essa nova tarifa deve contribuir com uma redução de 0,29 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro em comparação com outubro.

Os fatores que resultaram no acionamento da bandeira vermelha 2 em outubro incluíram riscos hidrológicos, associados ao longo período seco, e um aumento no Preço de Liquidação de Diferenças (PLD). A Aneel destacou que o relaxamento desses indicadores foi fundamental para a mudança atual.

Previsões futuras

Apesar da melhora nas condições atuais, a Aneel alerta que as previsões para as chuvas e as vazões dos reservatórios ainda estão abaixo da média esperada.

Isso indica que a geração de energia por termoelétricas, que é mais cara, ainda será necessária para garantir o atendimento aos consumidores. Inicialmente, muitos especialistas esperavam o retorno da bandeira vermelha patamar 1 em novembro, mas essa previsão não se concretizou.

O sistema de bandeiras tarifárias, implementado em 2015, já acumula 61 acionamentos nas diferentes classificações, incluindo as bandeiras amarela e vermelha, que sinalizam momentos de “escassez hídrica”.

Esse sistema foi desenvolvido para mitigar os impactos financeiros nas distribuidoras de energia, permitindo que os custos sejam repassados mensalmente, ao invés de apenas durante os reajustes anuais.

Em resumo, a implementação da bandeira amarela em novembro representa uma boa notícia para os consumidores, trazendo não apenas uma redução nos custos de energia, mas também um respiro em relação à inflação, embora os desafios hídricos ainda exijam atenção contínua.