O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, pode perder os benefícios do acordo de delação premiada após a Polícia Federal (PF) identificar inconsistências em seu último depoimento.
Se isso ocorrer, ele perderá vantagens como a liberdade provisória e a redução de pena, além de poder ser preso novamente.
A rescisão do acordo poderá ser solicitada se a PF concluir que Cid não está cumprindo as obrigações, por omitir informações ou não colaborar totalmente com as investigações.
A rescisão de delações premiadas já aconteceu em outros casos notórios, como o envolvendo os empresários Joesley e Wesley Batista, cujos acordos foram cancelados por omissões de informações. Em 2020, após compromissos adicionais, a colaboração foi restabelecida, mas a medida demonstrou como as delações podem ser revistas.
Por que Mauro Cid é investigado?
Cid é investigado por diversas razões, sendo a principal acusação relacionada à falsificação de certificados de vacinação contra a COVID-19.
Ele é suspeito de fraudá-los para beneficiar pessoas que não haviam se vacinado. Além disso, Cid está envolvido em investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado que teria sido articulada por membros do governo Bolsonaro, durante o processo de posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.
Ele também é acusado de compartilhar documentos e informações para impedir a posse de Lula.
Quando o acordo de delação premiada foi firmado?
O tenente-coronel assinou o acordo de delação premiada em 2023, após ser preso pelas fraudes envolvendo os certificados de vacinação.
Como parte do acordo, ele obteve o direito de responder aos processos em liberdade, desde que colaborasse com as investigações.
Além das fraudes, Cid também ajudou a expandir a apuração sobre o movimento golpista, fornecendo detalhes que revelaram novas informações sobre os planos que estavam sendo articulados.