A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, abriu um processo administrativo contra 17 operadoras de planos de saúde e quatro associações do setor.
A medida busca apurar práticas consideradas abusivas, como o cancelamento unilateral de contratos, que têm gerado impactos graves, incluindo a interrupção de tratamentos médicos e o aumento de ações judiciais no segmento.
Cancelamentos afetam consumidores em situação vulnerável
A decisão da Senacon foi motivada por um estudo detalhado que revelou irregularidades nas rescisões contratuais. Segundo o órgão, muitas operadoras têm usado brechas contratuais ou interpretado normas de maneira prejudicial aos consumidores para justificar os cancelamentos.
A análise concluiu que essas práticas violam princípios fundamentais do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e as regulamentações da saúde suplementar, desrespeitando o direito à continuidade do atendimento.
O problema afeta especialmente consumidores em condições de saúde delicadas, agravando sua situação de vulnerabilidade.
Notificações e prazo para defesa
As empresas envolvidas serão notificadas e terão um prazo para apresentar defesa e corrigir possíveis irregularidades. Caso as práticas abusivas sejam confirmadas, poderão ser aplicadas penalidades administrativas.
Em julho, a Senacon já havia solicitado esclarecimentos das operadoras sobre o aumento expressivo de reclamações relacionadas ao cancelamento de contratos.
Na ocasião, algumas empresas alegaram que os rompimentos afetaram principalmente contratos coletivos e empresariais, argumentando que não atingiram pessoas em situação vulnerável.
Entenda o código de defesa do consumidor
Consumidores podem registrar denúncias
A Senacon incentiva consumidores prejudicados a registrar reclamações por meio da plataforma consumidor.gov.br ou junto aos Procons estaduais. Essas ferramentas permitem que denúncias sejam analisadas e que possíveis irregularidades sejam investigadas de forma mais ampla.