O relatório final da Polícia Federal (PF) sobre o planejamento de um golpe de Estado no Brasil revela que militares de alto escalão se opuseram à tentativa de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
O documento destaca a postura legalista de alguns generais que resistiram às pressões para apoiar o plano golpista.
O relatório aponta que, como forma de retaliação, os militares que se opuseram ao golpe foram alvo de ataques de desinformação e difamação, principalmente nas redes sociais.
A chamada “milícia digital” foi utilizada pelos golpistas para atacar, pressionar e expor os generais que resistiram à tentativa de golpe.
Um dos exemplos citados no documento foi uma publicação em redes sociais, que descrevia os generais como “canalhas” e acusava-os de se aliar ao governo eleito, Lula.
A recusa dos militares que não concordaram em participar dos planos golpistas foi decisiva para evitar que a ideia pudesse sair do papel, segundo a investigação da PF.
A investigação segue em andamento, com novos desdobramentos sobre o envolvimento de outros membros das Forças Armadas e as ações de desinformação que visavam deslegitimar os generais contrários ao golpe.
Militares que se opuseram ao plano
- General Marco Antônio Freire Gomes – A PF relata que o general se recusou a assinar o decreto golpista e resistiu à pressão de subordinados e aliados do governo. Em razão disso, tornou-se alvo de ataques de desinformação e difamação dos golpistas.
- Tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior – Assim como Freire Gomes, o tenente-brigadeiro rejeitou a adesão de suas forças ao golpe, reafirmando que não apoiariam qualquer ato que impedisse a posse do governo eleito.
- General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva – Após se recusar a participar do golpe, o general também se tornou alvo de uma campanha de difamação, orquestrada por Braga Netto.
- General André Luiz Novaes Miranda – O general recomendou que militares não participassem de atos no 7 de setembro de 2022, tornando-se alvo de ataques após essa posição.
- General Guido Amin Naves – O general foi um dos alvos de exposição nas redes sociais devido à sua postura contrária ao golpe, com fotos sendo divulgadas no X.