A partir deste mês de janeiro, mulheres brasileiras podem se alistar voluntariamente nas Forças Armadas.

O alistamento feminino está aberto e o prazo para as inscrições facultativas vai até 30 de junho.

O recrutamento é exclusivo para as mulheres nascidas em 2007 e que completam 18 anos neste ano.

A medida foi autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em agosto do ano passado. A duração do serviço militar será de 12 meses, podendo ser prorrogado por até oito anos.

A incorporação está prevista para ocorrer no primeiro semestre de 2026 (de 2 a 6 de março) ou no segundo semestre (de 3 a 7 de agosto).

O serviço militar feminino estará disponível em 28 municípios com 1.500 vagas destinadas às mulheres para incorporação em 2026.

Como se alistar?

O processo de alistamento pode ser feito presencialmente nas Juntas de Serviço Militar e por meio do site oficial. É possível servir na Marinha, Exército e Aeronáutica, de acordo com as vagas disponíveis em cada local.

Atualmente, o ingresso pode ser feito como oficiais ou sargentos de carreira por meio de concurso público.

Na Marinha, as mulheres serão incorporadas como marinheiros-recrutas, no Exército como soldados e na Aeronáutica como soldados de segunda-classe.

Outra possibilidade é a seleção de mulheres como oficiais e sargentos temporárias (servindo por até oito anos), por meio de seleção conduzida pelas regiões militares.

A seleção das candidatas inclui entrevista, inspeção de saúde e testes físicos.

Interessadas devem residir em um dos 28 municípios (de 14 estados) previstos no Plano Geral de Convocação, estabelecido em portaria do Ministério da Defesa. São eles:

  • Águas Lindas de Goiás (GO);
  • Belém (PA);
  • Belo Horizonte (MG);
  • Brasília (DF);
  • Campo Grande (MS);
  • Canoas (RS);
  • Cidade Ocidental (GO);
  • Corumbá (MS);
  • Curitiba (PR);
  • Florianópolis (SC);
  • Formosa (GO);
  • Fortaleza (CE);
  • Guaratinguetá (SP);
  • Juiz de Fora (MG);
  • Ladário (MS);
  • Lagoa Santa (MG);
  • Luziânia (GO);
  • Manaus (AM);
  • Novo Gama (GO);
  • Pirassununga (SP);
  • Planaltina (GO);
  • Porto Alegre (RS);
  • Recife (PE);
  • Rio de Janeiro (RJ);
  • Salvador (BA);
  • Santa Maria (RS);
  • Santo Antônio do Descoberto (GO);
  • São Paulo (SP) e
  • Valparaíso de Goiás (GO).

Vagas

Hoje, 37 mil mulheres trabalham nas Forças Armadas (10% do efetivo), após aprovação em concurso público ou como militares temporárias.

O número de vagas para mulheres no serviço militar voluntário crescerá progressivamente até que atinja 20% das vagas.

Este ano estão sendo oferecidas 1.465 vagas – 1.010 vagas para o Exército; 300 para a Aeronáutica e 155 para a Marinha.

Serviço militar

O alistamento de mulheres era inédito no Brasil, mas já havia o ingresso de mulheres nas carreiras militares desde a década de 1980.

Segundo nota do Ministério da Defesa, elas são lotadas principalmente “nas áreas de saúde, ensino e logística ou têm acesso à área combatente por meio de concursos públicos específicos em estabelecimentos de ensino, como o Colégio Naval (CN), da Marinha, a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), da Aeronáutica.”

Para homens, o alistamento é obrigatório, imposto a todos que atingem 18 anos, e está previsto na Constituição.

Cerca de 1,5 milhão de jovens se apresentam anualmente para o alistamento militar, mas menos de 10% são incorporados.

O serviço feminino voluntário não garante estabilidade. A duração será de aproximadamente 12 meses, que podem ser prorrogados anualmente até oito anos.

As mulheres incorporadas terão direito à remuneração, auxílio-alimentação, contagem de tempo para aposentadoria, além da licença-maternidade.

Segundo as Forças Armadas, o treinamento físico será equivalente ao dos homens, com critérios específicos para cada Força.

*Com informações da Agência Brasil