Belém se prepara para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), mobilizando diversos setores, com a hospedagem como um dos principais focos.
A cidade enfrenta o desafio de acomodar entre 60 e 80 mil visitantes esperados para o evento, provocando uma alta expressiva nos preços de hospedagem.
Em alguns casos, as diárias chegam a ultrapassar R$ 100 mil. Além disso, a cidade passa por uma série de transformações para o período da conferência.
Demanda alta de hospedagem durante COP 30 em Belém
Conforme o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SHRBS), Fernando Soares, o desequilíbrio entre oferta e demanda é a principal causa do aumento no preço das hospedagens.
“Quando a demanda aumenta e a oferta é baixa, quem detém os empreendimentos dita o preço”, explicou.
Pesquisas em plataformas de hospedagem mostram diárias exorbitantes, chegando a R$ 127.500 para um apartamento de luxo no bairro Nazaré.
O custo total para um período de 13 dias durante a conferência pode alcançar R$ 2.210.000.
Em contrapartida, opções mais acessíveis, como quartos pequenos, estão disponíveis por valores a partir de R$ 1.034.
Impacto econômico e desafios
A demanda por hospedagem deve beneficiar todo o estado, com turistas de todo o mundo explorando outros municípios do Pará.
No entanto, o setor enfrenta barreiras como a falta de leitos, dificuldades com idiomas e limitações em métodos de pagamento, uma vez que o PIX é exclusivo do Brasil.
Apesar dos desafios, o setor aposta em capacitações para melhorar o serviço e atender melhor o público internacional.
“Os preços praticados hoje já são uma prévia do que enfrentaremos durante a conferência”, destacou Soares, alertando para uma dinâmica de preços ainda mais intensa conforme o evento se aproxima.
Competição com Plataformas de Locação
Plataformas como Airbnb oferecem alternativas mais acessíveis, com valores variando de R$ 1.500 a R$ 43.000, dependendo do imóvel e dos serviços oferecidos.
Contudo, o presidente do SHRBS não vê essas opções como concorrentes. Ele acredita que a demanda será tão grande que todos os meios de hospedagem sairão ganhando.
“A locação de imóveis por temporada é a solução mais rápida e econômica, e não atrapalha o setor formal”, afirmou.