Ícone do site Portal Norte

Meta tem 72 horas para esclarecer dúvidas do Brasil sobre mudança na moderação de conteúdo

Meta tem 72 horas para esclarecer dúvidas do Brasil sobre mudanças na moderação de conteúdo

Meta tem 72 horas para esclarecer dúvidas do Brasil sobre mudanças na moderação de conteúdo. Foto - Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A empresa Meta, responsável por redes sociais como Instagram, Facebook e WhatsApp, terá 72 horas para esclarecer dúvidas do governo brasileiro sobre a mudança nas políticas de moderação de conteúdos.

Na última terça-feira (7), o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou a substituição de checagem de fatos, feita por jornalistas e especialistas, pelo sistema de “notas de comunidade”, livre para todos os usuários.

A notificação estabelecendo o prazo será apresentada ainda nesta sexta-feira (10) pela Advocacia-Geral da União (AGU), segundo informações do Palácio do Planalto.

A decisão foi feita após o Luiz Inácio Lula da Silva se reunir com o advogado geral da União, Jorge Messias, e com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, em Brasília.

Segundo Rui Costa, o governo vê com muita preocupação o anúncio de que a Meta não fará mais controle de conteúdo.

“Isso impacta de forma muito grande a sociedade brasileira. Impacta nas crianças, quando se fala de conteúdo impróprio e de tráfico de crianças. Impacta na segurança pública, quando se trata de informações que dizem respeito à segurança das pessoas, à prática criminosa”, argumenta.

Impactos negativos

O ministro ainda afirmou que a medida abre espaço para discursos de ódio e citou exemplos de impactos envolvendo os mais diversos tipos de discriminação por raça, credo, gênero e regional.

O caso do uso da inteligência artificial para produzir um vídeo com informações falsas atribuídas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também foi citado.

No vídeo, o ministro falava sobre o plano do governo de criar novos impostos.

“As pessoas acabam não conseguindo distinguir o que é verdade do que é mentira. Isso acaba impactando no país, na nação, nas pessoas e na economia. Estamos falando de soberania nacional”, criticou.

Grupo de trabalho

Diante da situação, o governo pretende criar um grupo de trabalho envolvendo ministérios e o setor de comunicações, na busca de aperfeiçoamento do arcabouço legal brasileiro.

“Buscaremos interlocução com as entidades que representam os meios de comunicação em geral, inclusive a imprensa brasileira, buscando manter o princípio fundamental da democracia, que é a total liberdade de expressão. Não se pode ter diferenciação de tratamento entre uma TV que opera no Brasil, sujeita a um conjunto de regulamentos, e alguém que tem o alcance gigantesco [das redes sociais]”, explicou.

O presidente Lula criticou, na quinta-feira (9), as mudanças da Meta e enfatizou a importância de preservar a soberania dos países diante de decisões unilaterais de grandes corporações tecnológicas.

AGU

A Advocacia-Geral da União (AGU) deve protocolar, ainda hoje, notificação para que a Meta explique às autoridades brasileiras o que a empresa fará para proteger crianças, adolescentes, mulheres e pequenos comerciantes.

“Tem uma série de pessoas que usam frequentemente essa plataforma e que estarão muito vulneráveis pretensamente à nova política. Não sabemos claramente qual é a nova política em razão da ausência de transparência dessa empresa”, destacou o advogado geral da União, Jorge Messias.

*Com informações da Agência Brasil

Sair da versão mobile