O número de mulheres em cargos de presidência em empresas subiu nos últimos seis anos no Brasil. Conforme a pesquisa Panorama Mulheres 2023, da Talenses Group, o índice subiu de 8% em 2017 para 17% em 2023.
Os dados mostram as conquistas e desafios da mulher no mercado de trabalho. Em relação à composição de mulheres nos conselhos de administração, segundo o estudo, saiu de 10% em 2017 para 21% em 2023.
Nas diretorias, a representação feminina saltou de 21% para 26% no mesmo período.
Conquistas
Para Lídia Abdalla, presidente-executiva de um laboratório, apesar de gradual, é importante notar essa evolução e comemorar.
“Se nós, mulheres, olharmos para trás, temos muito a celebrar. Esses dados refletem não apenas o talento e a capacidade das mulheres, mas também um passo significativo em direção à igualdade de gênero no mundo corporativo. Mas, embora represente uma conquista, essa proporção demonstra que ainda há muito a ser feito para alcançar a equidade nas lideranças empresariais”, afirma.
Lídia Abdalla, que começou na empresa como trainee em 1999 e completou recentemente 10 anos na presidência do Grupo, hoje o terceiro maior de medicina diagnóstica do Brasil, também tem sido uma voz ativa na promoção da diversidade e inclusão no ambiente corporativo.
“Não precisamos escolher entre ser mãe e se dedicar a uma profissão e carreira, podemos fazer isso ao mesmo tempo. A mulher tem muitas habilidades que a diferenciam no ambiente de trabalho. As empresas precisam dessa diversidade para crescer e serem mais inovadoras”.
Segundo Lídia, quando olha para fora da empresa, percebe que ainda há muito espaço para ser conquistado.
“É muito comum chegar a um evento de presidentes/CEOs e eu, mulher, ser parte da minoria ali. Muitas vezes, fui a única em uma sala com 15 ou 20 presidentes. É quando você percebe a diferença e a desigualdade. Mas, por ter sido criada em uma família de mulheres fortes e que acredita que podemos estar à frente dos negócios e ter construído minha vida profissional em uma empresa inclusiva, sempre consegui me posicionar e enfrentar todos os ambientes sem sobressaltos”.
Ela destaca que é essencial que as companhias continuem a promover a diversidade e a inclusão em todos os níveis organizacionais, implementando políticas e práticas que criem ambientes de trabalho verdadeiramente equitativos e inclusivos.