Desenvolver negócios rentáveis com a participação de amazônidas para ampliar a bioeconomia na região, foi um dos assuntos discutidos no Amazonia Global Summit 2024, que ocorreu neste sábado (21), no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, em Manaus.
O evento realizado pelo Movimento Nova Amazônia trouxe em sua 3ª edição, cases de projetos sustentáveis focados na preservação cultural e do ecossistema da região. O encontro é a primeira pré Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para 2025, em Belém-PA.
“A Amazônia é um patrimônio do Brasil e do mundo, mas ela não é o quintal da casa de ninguém e precisa ser tratada como merece. A gente traz um discurso de resgate de pertencimento da nossa ancestralidade incluindo a voz amazônica na mesa de grandes projetos”, disse Luciana Oliveira umas das idealizadoras do AGS.
Os impactos sofridos no clima, impulsionados pelas queimadas e seca na região Norte, foram mencionados ao longo do Amazonia Global Summit. Utilizar recursos naturais de forma responsável tem sido a alternativa para o crescimento econômico sem prejudicar o meio ambiente.
“A questão central da Amazônia é o impacto que ela tem mundialmente tanto para o clima quanto na questão da segurança alimentar. Então, o que falta é reduzir a zero o desmatamento, ter um plano de bioeconomia e desenvolvimento das comunidades que seja sustentáveis”, contou Pedro Saad representante da ODS 17 da ONU no Brasil.
O evento reuniu 62 palestrantes, em 41 paineis temáticos abordados em cinco macrotemas: bioeconomia, economia verde, capital social e governança, inovação e novos negócios, sociedade 5.0 e novo futuro.
Produtos lucrativos feitos no Amazonas
Segundo o coordenador comercial da Cocar, Nilson Silva empresa que comercializa produtos regionais como pescado (pirarucu e tambaqui), além de polpas de frutas locais, toda a captação é feita de forma artesanal por comunidades amazonenses.
“Os peixes se alimentam de uma ração especial e a matança é feita em gelo na faca. As polpas não possuem nenhum tipo de conservante. Pagamos um valor maior para que as famílias sigam um padrão e tenhamos um produto de qualidade”, contou.
A Cocar esteve presente no Amazonia Global Summit e lançou a cerveja Panaí. A bebida possui ingredientes amazônicos na receita. Os produtos da empresa são vendidos em grandes redes como Supermercado DB, Attack e Nova Era.
Na comunidade Cajuçara, no ramal do Jatuá e na rodovia AM-254, há uma produção de pimentas. A empresa parceira compra todo o material para transformar em molho que será exportado para Califórnia, nos EUA.
“É o trabalho do comunitário, do caboclo e amazônida gerando valor e levando, a partir disso, desenvolvimento para a comunidade”, destacou Vitor Raposo, organizador do AGS onde destacou a cidadania financeira e o desenvolvimeto humano como resultado de uma economia criativa.
De acordo com o presidente da Potássio do Brasil, Adriano Espeschit, a empresa tem investido em fertilizantes a base de potássio verde, no município de Autazes. Mesmo em desenvolvimento, a meta é tornar o Amazonas no maior produtor desse insumo no país.
“O Brasil é um celeiro da produção agrícola. Aproximadamente, a cada 5 pratos de comidas servidas no mundo, um sai daqui. Cerca de 75% do suco de laranja tomado no mundo inteiro é exportado do Brasil. Essa produção alimentar, necessita de insumos, no caso, os fertilizantes”, falou Adriano.
O Amazonas vai ter o benefício de uma geração de recursos trazidos pelos programas socioeconômico e ambientais. Serão mais de 2.600 empregos durante a obra e 1.300 contratados na operação do serviço. Os empregos indiretos podem ultrapassar 15 mil trabalhadores. A empresa se comprometeu de empregar 80% da mão de obra local.
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