A delegada-chefe da 8ª Delegacia de Polícia no Distrito Federal, Bruna Eiras, deu esclarecimentos sobre o caso do menino João Miguel, de 10 anos, cuja morte inicialmente foi tratada como desaparecimento.
“Inicialmente, a gente tratava como desaparecimento. No entanto, quanto mais tempo passa nesses casos, mais difícil fica. A gente começa a levantar outras hipóteses de crimes, não só de crime doloso contra a vida, mas às vezes de exploração infantil ou qualquer outro crime. Então, passamos a tratar o caso como um crime mesmo, e não um desaparecimento”, explicou a delegada.
Segundo os envolvidos no crime, a motivação seria os pequenos furtos cometidos por João Miguel, sendo o maior prejuízo relacionado ao cavalo do principal suspeito, avaliado em R$ 2,5 mil.
“Ele teria furtado galinhas, uma bomba d’água, narguilé, além do cavalo, que seria o maior prejuízo dos suspeitos”, afirmou Eiras.
O crime ocorreu quando João Miguel chegou à casa dos suspeitos para vender um cigarro eletrônico, algo que ele fazia com frequência.
Porém, naquele dia, ele foi sozinho, sem a companhia do primo. “Os autores, que já estavam planejando o crime por estarem no limite devido aos furtos praticados, viram naquele dia uma oportunidade para ceifar a vida do João Miguel”, disse a delegada.
A vítima foi convidada a fumar narguilé e, enquanto se distraía com o objeto, uma adolescente de 16 anos pegou uma corda e a passou por trás do pescoço de João Miguel, enquanto outro menor de 16 anos o asfixiou com um pano.
De acordo com a investigação, os dois adolescentes de 16 anos cometeram o ato infracional análogo ao homicídio, enquanto um maior de idade e outro menor, de 13 anos, participaram da ocultação do cadáver.
“Os quatro juntos praticaram a ocultação”, destacou Eiras.
A adolescente de 16 anos afirmou estar satisfeita com o crime, alegando que “agora não haveria mais furtos na região”.
Após o crime, ela ainda postou em uma rede social uma foto com outro menor de 16 anos, acompanhada de uma música que sugeria que os inimigos seriam eliminados.
Embora o maior de idade e a adolescente de 16 anos tenham confessado o crime, os outros dois menores negam participação. O caso segue em investigação.
O Caso
João Miguel, de 10 anos, foi dado como desaparecido no dia 30 de agosto após sair de casa para ir ao mercado.
No dia 13 de setembro o garoto foi encontrado morto, enrolado em um cobertor, com a cabeça para baixo e as mãos amarrados dentro de uma vala.