A família da professora Graciete Conceição de Almeida, assassinada em 19 de janeiro de 2023, concedeu uma entrevista à TV Norte na tarde desta terça-feira (13). As irmãs da vítima, que aguardaram por justiça durante dois anos, falaram à nossa equipe sobre o sentimento de alívio e justiça com a prisão do suspeito.
Uma das irmãs da vítima, identificada como Maria, muito abalada, contou que Graciete já havia registrado dois boletins de ocorrência contra Juca, o principal suspeito pela morte da professora.
“Queremos justiça. Minha irmã foi morta brutalmente, estrangulada e jogada em um matagal. Ela não merecia isso. Peço que as nossas autoridades não deixem esse caso impune. Tem que haver punição pela morte da professora Graciete,” desabafou Maria. “Minha irmã já havia feito dois boletins de ocorrência contra esse homem, pois ele perturbava o sossego dela com barulhos e era usuário de drogas. Queremos justiça. Esse caso não pode ficar impune,” lamentou a irmã da professora.
Jucleson Guimarães dos Santos, de 38 anos, conhecido como “Juca,” foi preso nesta terça-feira (12). Segundo a Polícia Civil do Amazonas, ele é o principal suspeito de envolvimento na morte da professora Graciete.
Relembre o caso:
O crime foi praticado no dia 19 de janeiro de 2023, mas o corpo só foi localizado no dia 23 do mesmo mês, em uma área de mata do bairro Nova Cidade, zona norte de Manaus.
A vítima apresentava sinais de estrangulamento e lesões na cabeça, provocadas por instrumento contundente.
Brasil registra 10,6 mil feminicídios em oito anos
De 2015 a 2023, 10,6 mil mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Somente no ano passado, 1,4 mil mulheres foram mortas, conforme apontado pela pesquisa.
O feminicídio é uma qualificação do crime de homicídio doloso, quando há a intenção de matar. É o assassinato decorrente de violência contra a mulher, em razão da condição do sexo ou quando demonstrado desprezo pela condição de mulher. A lei que instituiu o dispositivo foi sancionada em março de 2015.
No ano passado, foram 1,46 mil vítimas desse tipo de crime no Brasil, o que representa uma taxa de 1,4 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres. O número apresenta um crescimento de 1,6% em relação a 2022.