A Marinha do Brasil negou, nesta quarta-feira (27), qualquer envolvimento no suposto plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A instituição se pronunciou após a divulgação de mensagens de celular que indicam que o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, teria autorizado a mobilização de tanques como parte de um golpe de Estado.

Segundo o relatório da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe no fim do governo de Jair Bolsonaro, mensagens apreendidas no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente Mauro Cid, revelam uma conversa com um contato identificado como ‘Riva’, que mencionou: “O Alte Garnier é patriota. Tinham tanques no arsenal prontos”.

Em resposta, a Marinha afirmou que não houve “ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados” para qualquer tentativa de ruptura democrática.

A nota oficial destacou que as ações da instituição são regidas pela “observância rigorosa da legislação, valores éticos e transparência”.

Além disso, a Marinha reiterou seu compromisso com a verdade e a justiça, e se colocou à disposição dos órgãos competentes para esclarecimentos.

A nota também enfatizou que os meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais “não foram nem serão desviados para ações que impeçam ou restrinjam o exercício dos Poderes Constitucionais”.

O relatório da PF, que conta com quase 900 páginas, resultou no indiciamento de 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Bolsonaro, sob acusação de envolvimento em uma organização criminosa voltada à desestabilização do Estado Democrático de Direito.

Confira a íntegra da nota da Marinha:

MARINHA DO BRASIL

CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA MARINHA

NOTA À IMPRENSA

Em relação às matérias veiculadas na mídia que mencionam ‘tanques na rua prontos para o golpe’, a Marinha do Brasil (MB) afiança que em nenhum momento houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados para a execução de ações que tentassem abolir o Estado Democrático de Direito.

Sublinha-se que a constante prontidão dos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais não foi e nem será desviada para servir a iniciativas que impeçam ou restrinjam o exercício dos Poderes Constitucionais.

A Marinha do Brasil, instituição nacional, permanente e regular, assegura que seus atos são pautados pela rigorosa observância da legislação, valores éticos e transparência. Ademais, a MB encontra-se à disposição dos órgãos competentes para prestar as informações que se fizerem necessárias para o inteiro esclarecimento dos fatos, reiterando o compromisso com a verdade e com a justiça.