A Polícia Federal prendeu neste sábado (14) o general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro e ex-candidato a vice na chapa presidencial em 2022.

Ele é um dos investigados no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições. A prisão foi confirmada pela colunista do G1, Andréia Sadi.

Os agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão na residência do militar, localizada em Copacabana, no Rio de Janeiro.

De acordo com informações, Braga Netto será transferido para o Comando Militar do Leste e ficará sob custódia do Exército em Brasília.

Acusações envolvendo Braga Netto

O general da reserva é um dos nomes centrais mencionados no relatório de 884 páginas da Operação Contragolpe, sendo citado 98 vezes.

A investigação resultou no indiciamento de Braga Netto, do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros 35 envolvidos.

Braga Netto foi detido após retornar de uma viagem internacional. A prisão preventiva foi realizada neste sábado, pois o militar chegou ao Brasil na noite da sexta-feira (13). Os mandados de prisão e busca foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Ele enfrenta acusações de tentativa de abolição do estado democrático de direito, organização criminosa e tentativa de golpe de Estado. Se condenado, ele pode cumprir uma pena de até 30 anos de prisão.

Planejamento de atentados e intervenção Militar

As investigações apontam que Braga Netto teria liderado um grupo que planejou ações de intervenção militar.

Segundo a PF, ele teria financiado e aprovado um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Além da prisão, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão contra suspeitos que estariam dificultando a coleta de provas relacionadas à investigação.

Após a prisão, Braga Netto foi colocado sob custódia do Exército, em Brasília, em conformidade com protocolos para oficiais de alta patente.

Nota oficial da PF na íntegra

“A Polícia Federal cumpre, na manhã deste sábado (14/12), mandados judiciais expedidos pelo Supremo Tribunal Federal em face de investigados no inquérito que apurou a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do governo legitimamente eleito em 2022.

Estão sendo cumpridos um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra indivíduos que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal.

As medidas judiciais têm como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas.”