O suspeito Jairton Silveira Bezerra, de 45 anos, foi preso em Rio Branco, no Acre, após se entregar à Polícia Civil, dez dias após matar sua ex-esposa, Paula Gomes da Costa, de 33 anos. O crime ocorreu na frente da filha do casal, de 6 anos.
Bezerra se entregou à polícia na manhã de quarta-feira (6) na Delegacia de Flagrantes (Defla), acompanhado de um advogado. Posteriormente, ele foi transferido para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), onde será interrogado.
A delegada da Deam, Elenice Frez, solicitou a prisão preventiva de Bezerra no dia 28 de outubro, e as autoridades realizaram buscas pelo suspeito em locais que ele frequentava.
“Estávamos em uma tentativa mesmo, porque era importante o cumprimento desse mandado para dar uma resposta à sociedade para diminuir um pouco a dor da família. Então hoje, diante dessa pressão que estava havendo para o cumprimento desse mandado, a família muito provavelmente deve ter começado a pressioná-lo, nessa madrugada, bem no início da manhã, [ele] se apresentou na Defla e seguida foi conduzida aqui para a Deam, foi dado o cumprimento às formalidades de comunicação ao juízo e ele já seguiu para a audiência de custódia e de lá, deve ser encaminhado para a penitenciária”, destacou.
Ademais, Jairton Bezerra, gerente de uma loja de tintas em Rio Branco, estava foragido desde o dia do crime. O casal foi casado por 13 anos, e a separação não foi bem aceita por Bezerra, que já havia agredido Paula em outras ocasiões, o que levou a vítima a obter uma medida protetiva contra ele.
Relembre o caso do assassinato de Paula
Paula voltava da casa de uma tia no bairro Alto Alegre, em Rio Branco, quando o suspeito a atacou com oito facadas nas costas. O pai de Jairton, que estava em um veículo branco, presenciou o crime.
A vizinha levou a filha do casal, que testemunhou o assassinato, para a casa de uma parente logo após o crime. A menina, em estado de choque, está visivelmente traumatizada.
Paula estava separada do suspeito há cerca de três meses e havia solicitado uma medida protetiva devido às agressões anteriores.
Por fim, de acordo com um familiar que preferiu não se identificar, Bezerra abordou Paula no momento do ataque e colocou a filha no carro. Além disso, o pai de Bezerra tentou intervir, mas o suspeito o empurrou, o que o permitiu cometer o crime.
“Ele sempre batia nela, mas só agora ela decidiu pedir medida. Da última vez, ele bateu nela no local onde ela trabalha. Por enquanto, a menina não contou muita coisa, está traumatizada. Ela já tinha problema em relação a isso porque ele agredia muito a mãe dela, constantemente. Um cara desse não merece nem ser chamado de gente. Fazer uma crueldade dessa com a própria mãe da filha dele, ele nem pensou na menina, menos no pai dele”, pontuou.
Como denunciar casos de violência contra a mulher
- Polícia Militar – 190: para situações de risco imediato;
- Samu – 192: para emergências médicas;
- Delegacias especializadas: atendimento a crianças e mulheres;
- Qualquer delegacia de polícia: para registro de ocorrências;
- Disque 100: denúncias anônimas de violações de direitos humanos;
- Profissionais de saúde: médicos e psicólogos devem notificar casos suspeitos de violência;
- WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656-5008;
- Ministério Público: para denúncias formais; e
- Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras): disponível para facilitar a comunicação.
*Com informações do G1