Um adolescente de 14 anos solicitou ajuda após ser imobilizado pelo pai com um “mata-leão”, e o suspeito foi preso pela Polícia Militar em Rio Branco, no Acre, na última terça-feira (27).
As autoridades registraram a ocorrência e adotaram as providências necessárias. O caso está sendo investigado para esclarecer as circunstâncias do incidente. O delegado também indiciou o homem por posse ilegal de arma e tráfico de drogas.
Na ocasião, o jovem agredido dirigiu-se à escola, relatou o ocorrido e informou sobre a presença de armas e drogas na residência.
Colaboradores da instituição acionaram a Polícia Militar do Acre (PM-AC), e o pai do adolescente foi preso, juntamente com uma mulher, cuja identidade e relação com ele não foram divulgadas.
Durante a abordagem, a equipe encontrou uma arma de fogo, maconha em eletrodomésticos, além de cadernos de anotações, celulares e munições. As autoridades apreenderam todo o material e o encaminhou à Delegacia de Flagrantes (Defla).
Por fim, a PM-AC informou que acionou o Conselho Tutelar, que encaminhou o adolescente para uma casa de apoio.
Brasil registra 196 casos diários de violência contra crianças e adolescentes
Em 2023, o Brasil registrou uma média de 196 casos diários de violência física contra crianças e adolescentes de até 19 anos, o que equivale a quase 200 agressões por dia.
Cerca de 80% dessas ocorrências envolveram crianças de até 14 anos e ocorreram dentro de suas próprias casas, conforme dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em outubro deste ano.
As unidades de saúde notificam as informações ao Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), mantido pelo Ministério da Saúde.
Os dados indicam que a violência atinge todas as faixas etárias da população infantojuvenil. Em 2023, mais de 3 mil notificações envolveram bebês com menos de 1 ano, enquanto registraram 8.370 casos para crianças entre 5 e 9 anos.
A maior parte das agressões, no entanto, afetou adolescentes de 15 a 19 anos, que representaram 35.851 notificações ao longo do ano.
Orientações
A SBP classifica a violência contra crianças e adolescentes como uma “doença silenciosa” e enfatiza a importância de profissionais de saúde estarem atentos aos sinais de agressão, como fraturas inexplicáveis, lesões incoerentes com o trauma relatado ou o desenvolvimento psicomotor da criança.
Além disso, a sociedade alerta que a violência intrafamiliar é uma condição crônica e progressiva. A ação tende a se repetir ao longo das gerações e afeta tanto o aspecto físico quanto os vínculos afetivos das vítimas.
Embora o diagnóstico de violência e a notificação de casos não representem uma denúncia formal, a SBP destaca que ambos são passos fundamentais no processo de cuidado e proteção de crianças e adolescentes em situação de risco.