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Comandantes da Polícia Militar são exonerados após ‘reunião na surdina’ em Parintins

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Dado a gravidade e a proximidade das eleições, a exoneração foi considerada uma ação excepcional - Foto: Reprodução

A “reunião na surdina” que envolveu secretários do Governo do Amazonas e outras autoridades suspeitos de usar a máquina pública para beneficiar a candidata Brena Dianná (União Brasil) resultou na exoneração de militares da alta cúpula.

O capitão Guilherme Navarro Barbosa Martins, comandante do Comando de Operações Especiais (COE), e o tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos, comandante do pelotão Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), foram exonerados de seus cargos, após recomendação do promotor Armando Gurgel, da Promotoria do Controle Externo da Atividade Policial (Proceap).

Gurgel sugeriu ao comandante-geral da Polícia Militar, coronel Klinger Paiva, que os oficiais sejam deslocados para funções administrativas, com a retirada de seus armamentos e a suspensão de suas atividades operacionais, enquanto a Diretoria de Justiça e Disciplina (DJD-PMAM) investiga sua conduta.

A medida é baseada em um vídeo que documenta uma reunião com o presidente da Cosama, Armando Silva do Vale, e vários secretários de estado.

O promotor afirmou que o conteúdo do vídeo sugere um esquema de manipulação de eleitores em Parintins, com o uso da força policial para coagir eleitores em apoio a uma candidata à prefeitura. Ele também mencionou a utilização de gravações telefônicas no processo.

Dado a gravidade e a proximidade das eleições, a exoneração foi considerada uma ação excepcional. Após receber a notificação, o comandante-geral Klinger Paiva agiu prontamente, exonerando os oficiais no início da tarde.

“Em razão de esse caso ultrapassar as fronteiras de Parintins, afetando até mesmo o Estado, a Proceapsp, situada em Manaus, decidiu abrir esse procedimento e adotar uma série de expedientes de comunicação para formalizar e acionar a atuação de outros órgãos em face de pessoas com foro privilegiado, além do tratamento em diversas searas — eleitoral e não eleitoral, criminal etc. Dentre essas medidas, a mais importante foi o encaminhamento de uma recomendação ao comandante-geral da Polícia Militar para que imediatamente exonerasse os policiais identificados ali naquele vídeo”, salientou o promotor de Justiça Armando Gurgel Maia, titular da 60ª Proceapsp.

Entenda o caso

Uma reunião realizada em Parintins, envolvendo secretários do governo do Amazonas, levantou suspeitas de uso da máquina pública para beneficiar a candidatura de Brena Dianná (União Brasil) nas eleições municipais de 2024.

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) abriu um inquérito para investigar possíveis irregularidades, após a divulgação de um vídeo em que agentes públicos, incluindo três secretários de Estado, são vistos discutindo estratégias ilegais para influenciar o resultado eleitoral.

Entre os presentes na reunião estavam Fabrício Cyrino (Secretaria de Administração), Flávio Antony (Casa Civil) e Marcos Apolo Muniz (Cultura).

As autoridades estaduais e a Procuradoria-Geral da República foram notificadas, e o caso está sendo investigado tanto por possíveis violações eleitorais quanto criminais.

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