Uma mãe usou as redes sociais para denunciar que a filha, uma adolescente de 15 anos, teve a cabeça raspada durante um ritual religioso durante um retiro em Porto Velho sem o consentimento prévio da família.
De acordo com a mãe, a jovem havia sido convidada por uma colega para participar do evento da Igreja Luz do Calvário, onde foi “induzida a raspar os cabelos” durante uma parte do encontro chamada “ministração de votos de Jó”.
De acordo com o relato da adolescente, ela foi pressionada a ter a cabeça raspada no ritual, com promessas de que seria “liberta dos castigos” e alcançaria uma nova conexão espiritual.
A jovem também afirmou que foi colocada em uma sala onde ficou apenas de calcinha e sutiã, e que, em uma das atividades, foi obrigada a tomar banho com fezes de boi.
“A menina falou ‘vai, pode raspas, Deus está contigo’, foi aí que eu falei para ela que eu não teria coragem e que minha mãe ficaria chateada comigo. Aí ela falou que eu não era corajosa e que era para eu fazer isso, porque Deus estava pedindo”, disse a jovem.
Mãe denunciou que filha teve cabeça raspada nas redes sociais
Nas redes sociais, a mãe descreveu o episódio de ter a cabeça raspada como um trauma para a filha e criticou duramente a postura dos organizadores do seminário. A publicação rapidamente gerou comoção e revolta.
No vídeo, publicado no Instagram, a mãe, abalada, relata que não autorizou o corte de cabelo da menina e definiu o ato como uma violação de direitos.
“Minha filha voltou para casa sem cabelo. Isso não é algo que se faça sem a permissão dos pais”, declarou.
Em áudios divulgados pela mãe, é possível ouvir uma das pastoras a igreja afirmando que a menina não foi forçada, mas sim liberta. A pastora também afirma que a adolescente estava possessa e foi liberta de demônios.
Revoltada com a situação, a mãe fez um boletim de ocorrência e afirmou que levará o caso à Justiça.
Igreja nega que forçou jovem a raspar a cabeça
Em nota oficial, a Igreja Luz do Calvário classificou as acusações da mãe como “falsas e levianas”. A igreja confirmou a participação da jovem no seminário, mas negou que ela tenha sido obrigada a raspar os cabelos.
Ainda de acordo com a instituição, o ritual que a adolescente participou inclui sim o ato de raspar o cabelo, mas só com a autorização formal dos pais em caso de menores de idade. A nota ainda alega que a jovem teria expressado a vontade de realizar o ato por conta própria.