A Operação Vikare da Polícia Federal está cumprindo na manhã desta quarta-feira, 20, 24 mandados de prisão preventiva e 49 mandados de busca e apreensão em Manaus, Itacoatiara e em oitos estados.
A Justiça Federal no Amapá impôs medidas de sequestro de bens, direitos e valores de 68 pessoas físicas e jurídicas.
Isaac Acomlumbre, ex-deputado do Amapá, foi um dos alvos de mandados de prisão.
A ação está sendo realizada por mais de 300 agentes da Polícia Federal com o apoio do Ministério Público Federal e tem como o objetivo desarticular organização criminosa que atuava no tráfico internacional de drogas e esquema de lavagem de dinheiro.
O grupo criminoso utilizava o estado do Amapá como base operacional de suas atividades relacionadas à importação e transporte de drogas, por meio de aeronaves a serem distribuídas para diferentes pontos do País.
No Amapá, foram cumpridos quatro mandados de busca e dois mandados de prisão preventiva, em empresas e duas residências localizadas em Macapá, também em um aeródromo particular.
Além dos mandados na capital amapaense, foram alvos pessoas físicas e empresas com endereços nos estados do Pará (Belém e Ananindeua), Amazonas (Manaus e Itacoatiara), Piauí (Teresina), Ceará (Fortaleza), Mato Grosso do Sul (Campo Grande, Paranhos e Aral Moreira), São Paulo (capital e Sorocaba); Rio de Janeiro (capital) e Paraná (Foz do Iguaçu e Londrina).
Durante a ação foram apreendidos 95 veículos, entre carros, caminhões e motos, boa parte de luxo; 3 aeronaves e 19 embarcações.
Foram sequestrados diversos bens como imóveis em nome de 41 pessoas físicas e jurídicas; bloqueio de ativos financeiros de pessoas físicas e jurídicas que chegam ao montante de R$ 5,8 milhões.
Divulgação/Polícia Federal- Dinheiro apreendido durante operação da Polícia Federal
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Investigações
Uma grande e articulada organização criminosa tem a participação de brasileiros e estrangeiros voltada à prática de diversos crimes, notadamente o tráfico internacional de drogas, por meio de uma rota que passava por países da América do Sul, principalmente Colômbia e Venezuela e tinha o estado do Amapá como uma de suas bases logísticas fundamental, de onde as drogas partiriam para outras regiões do Brasil.
Segundo investigações da Polícia Federal, ficou evidenciado que empresas de “fachadas” de outros estados participavam do esquema para ocultar e mesmo dissimular o dinheiro amealhado ilegalmente.
A organização criminosa possuía, na estrutura, mecânicos de aeronaves, pilotos, operadores financeiros responsáveis por transacionar os valores obtidos pelas atividades ilícitas, além de terceiros que recebiam quantias em contas pessoais e empresas, cujo objetivo era dar aparência de licitude aos valores obtidos com a prática criminosa.
No Amapá, a Polícia Federal encontrou indícios de que este aeródromo fornecia apoio logístico, como combustível, para aeronave fazer esses voos aos demais Estados brasileiros, bem como a outros países fornecedores da droga, como Colômbia e Venezuela.
O local também foi utilizado como ponto de apoio para realização dos preparativos da aeronave de modo a deixá-la em condições para voar com autonomia para longas distâncias e assim trazer a maior quantidade de drogas possível.
Uma das empresas investigadas foi constituída no ramo de cosméticos sob a administração de uma mulher de origem colombiana, residente em Sorocaba/SP, o que facilitava o acesso a produtos químicos usados no refino de drogas.
Constatou-se indícios de que a suspeita já havia sido presa em 2012 por tráfico de drogas e era a principal responsável pelo fornecimento de drogas da organização criminosa.
A investigação revelou também que uma empresa do ramo de venda de peixes no Rio de Janeiro/RJ foi identificada como integrante da organização criminosa, cuja atuação consistia em esconder as drogas no meio da carga de peixe, na tentativa de dificultar o trabalho da polícia.
Os investigados responderão, na medida de suas responsabilidades, pelos delitos de tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
As penas somadas podem chegar a 51 anos de reclusão, além do pagamento de multa.
Nome operação
O nome Vikare vem da Mitologia Grega, sendo conhecido pela sua tentativa de deixar Creta voando. A tentativa foi frustrada, resultando em queda no Mar Egeu. O nome da operação faz referência a duas tentativas frustradas de voos que sairiam do Amapá, uma porque a aeronave caiu (causas desconhecidas) e uma segunda aeronave foi interceptada.
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