Isabel Cristina de Mendonça, de 49 anos, morreu atropelada duas vezes na frente do filho após uma discussão, na Rua São Sebastião, em Niterói, no Rio de Janeiro, no último domingo (14), Dia das Mães.
Segundo o laudo pericial, ela morreu de politraumatismo.
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Conforme familiares da vítima, que testemunharam a morte da mulher, ela foi ameaçada, agredida e, em seguida, atropelada várias vezes na frente do filho, Matheus Henrique de Souza, de 22 anos.
A família alega que Isabel foi atropelada de propósito pelo suspeito e pede que o caso, registrado como acidente de trânsito pela Polícia Civil do Rio, seja convertido para homicídio doloso, quando há intenção de matar.
O caso
No domingo dia das mães, Isabel foi até uma hamburgueria com o filho por volta das 22h, na mesma rua em que moravam, a São Sebastião, em Itaipu, no RJ.
Na volta para casa, ela viu o motorista de um carro parado dormindo ao volante.
Segundo o filho, a mãe ficou preocupada e se aproximou para saber se o condutor precisava de ajuda.
“Voltando da lanchonete, nos deparamos com aquele carro num canto da rua e um cara dormindo dentro. Minha mãe sempre ajudava todo mundo, então ela foi lá ver o que estava acontecendo, se [o motorista] estava bem”, narrou Matheus.
Ao se aproximar do veículo e falar com o motorista, Isabel foi agredida verbalmente e ameaçada.
Em seguida, ela foi puxada pelo cabelo e jogada no chão.
“Tivemos ali uma briga corporal, e a confusão parou. Ficamos no canto da rua, conversando com outro homem”, descreveu.
“Mas eu vi que ele [o agressor] estava com algum tipo de maldade na cabeça e falei para ele ir embora. Foi quando ele disse que ia me dar um tiro.”
Ainda segundo o relato do filho à Folha de SP, na tentativa de defender a mãe, Souza confrontou o agressor e tentou tirar Isabel do local.
O filho de Isabel afirmou que o homem “meteu a mão debaixo do banco para poder pegar uma arma”.
“Eu pulei no carro pela janela, brigando com ele, para que não tivesse condições de atirar”, acrescentou.
Já segundo Cristiane Mendonça, irmã da vítima, o motorista não se contentou e deu ré no veículo. Foi quando Isabel foi atropelada e fugiu em seguida.
“Não se arrependeu do que fez, não prestou socorro. A polícia já viu as imagens, ele atropelou a Isabel”, contou.
“Minha irmã morreu de politraumatismo. Ela teve os ossos quebrados, pulmão e fígado estourados, a região inferior do corpo toda destruída. Ela chegou a bater a cabeça quando foi jogada no chão, mas não foi isso que causou a morte dela. Isabel morreu por ter sido atropelada daquela forma brutal”, relatou a irmã da vítima.
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Versão da Família
Na versão dos familiares da vítima, que compareceram novamente na delegacia na tarde desta quarta-feira (17), não foi um acidente e sim proposital.
A família luta para solicitar a modificação da tipificação do ocorrido, de acidente de trânsito com vítima para homicídio doloso, quando há intenção de matar.
No local do ocorrido, a polícia coletou as imagens que serão analisadas.
“Eu acompanhei o momento em que a polícia colheu as imagens, ele atropelou a Isabel […] Eles fizeram o registro como acidente de trânsito, mas estamos reforçando que foi intencional, ele teve a intenção de matar. Estamos em busca da mudança dessa tipificação”, disse o cunhado.
Ainda segundo o cunhado da vítima, o suspeito é morador do bairro e trabalha próximo à casa da vítima.
“Não conseguimos entender tamanha brutalidade, ela só queria ajudar. Ela já estava a 20 metros de distância do carro quando o motorista veio de ré e a atropelou de propósito. Não foi um acidente de trânsito. Só queremos justiça”, disse Ravete.
Polícia investiga o caso
Em nota enviada à Folha de SP, a Polícia Civil do RJ diz que os familiares continuam sendo ouvidos.
“O condutor do carro foi identificado e será chamado a prestar depoimento. Diligências estão em andamento para apurar a dinâmica dos fatos”.
O homem já foi identificado e a polícia analisa mais imagens de outras câmeras de segurança para encontrar o suspeito.
As autoridades não informaram o nome do suspeito nem do advogado de defesa dele.
Também não deu detalhes se já foi pedida a prisão e se foi considerado foragido.