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Operação da PF mira tráfico de mercúrio que abastece garimpos na Amazônia

Operação da PF prende suspeitos de contrabando de mercúrio que abastecem garimpos na Amazônia

PF inutiliza 302 balsas de garimpo ilegal em operação no Amazonas, em setembro de 2023 - Foto: Polícia Federal/Divulgação

Deflagrada na manhã desta quarta-feira (8), a Operação Hermes (HG) II tem como alvo suspeitos de crimes ambientais relacionados ao contrabando e acobertamento de mercúrio, que o destino final é o abastecimento de garimpos na Amazônia (Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Pará e Amazonas).

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A operação visa apurar e reprimir, além do tráfico de mercúrio, organização e associação criminosa, receptação, contrabando, falsidade documental e lavagem de dinheiro em quatro estados: Amazonas, Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro.

A investigação iniciou a partir da investigação de uma empresa com sede em Paulínia (SP), que utilizava criminosamente de suas atividades autorizadas para produzir créditos falsos de mercúrio em sistema do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

Cadeia organizada

A partir da análise de milhares de fontes-base, durante mais de dez meses, a PF identificou uma extensa cadeia organizada de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema ilegal de comércio de mercúrio e ouro extraído de garimpos na Amazônia e retirou sete toneladas de créditos de mercúrio dos sistemas do IBAMA.

A apuração desta quarta busca provas do funcionamento desse esquema e do envolvimentos dos suspeitos responsáveis pelo comércio e os compradores finais do mercúrio ilegal.

Operação Ibi-Çoroc: combate à extração de ouro, no norte de Mato Grosso, em agosto de 2023 – Foto: Polícia Federal

Movimentação do dinheiro

A investigação apontou que as principais formas utilizadas pelos investigados para a movimentação de valores foram:

Multas, buscas e apreensão

Estão sendo cumpridos 34 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Primeira Vara Federal de Campinas, em cidades dos quatro estados citados.

Também foi decretada pela Justiça a imposição de fianças de 200 salários mínimos e o sequestro e indisponibilidade de bens dos investigados em montante superior R$ 2,9 bilhões.

A operação engloba a fiscalização pelo IBAMA com a possibilidade de aplicação de multas, suspensão de atividades e embargos de áreas de mineração pelo IBAMA.

Além disso, há a apuração de condutas de pessoas físicas e jurídicas envolvidas com a importação e comércio de mercúrio, recicladoras de resíduos e mineradoras de ouro.

Os investigados responderão, na medida de suas condutas, pelos crimes:

Todo o material probatório e bens apreendidos serão encaminhados para a Delegacia de Polícia Federal em Campinas (SP) para continuidade das análises.

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