A Operação Xapiri, da Polícia Federal, realiza desde o último domingo (5) combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Vale do Javari, em Tabatinga, interior do Amazonas.
+ Envie esta notícia no seu WhatsApp
+ Envie esta notícia no seu Telegram
Foram destruídas 26 dragas, oito barcos, quatro rebocadores e 42,5 mil litros de diesel até essa quinta-feira (9). Também foram apreendidas nove antenas Starlink e 3,2 kg de mercúrio.
A operação é realizada nos rios Jandiatuba, Boia, Jutaí, Igarapé Preto e Igarapé do Mutum.
Das 26 dragas, seis eram de grande porte, avaliadas em cerca de R$ 5 milhões. Estima-se que retiravam 1 kg de ouro por mês da região.
Os barcos e rebocadores eram usados no apoio aos garimpeiros, e os 42,5 mil litros de diesel abasteciam os motores das dragas.
As antenas facilitavam a comunicação dos criminosos sobre a presença da fiscalização.
RELACIONADAS
+ PF mira tráfico de mercúrio que abastece garimpos na Amazônia
+ Operação destrói estrutura de apoio ao garimpo na Terra Yanomami em RR
Ameaça aos indígenas
O avanço do garimpo ilegal ameaça os povos do Vale do Javari, que reúne a maior concentração de grupos indígenas isolados do mundo.
Em época de seca, os indígenas se aproximam mais dos rios em busca de água e alimento, aumentando a probabilidade de contato com criminosos.
A estiagem dificulta a locomoção de dragas por grandes distâncias, favorecendo as incursões aéreas do Ibama e da PF.
Danos ambientais causados por dragas de garimpo incluem a destruição de mananciais, beiras de rios e igarapés. O material dragado é lançado nos rios, causando assoreamento.
O aumento de sedimentos no rio dificulta a procriação de peixes e plantas, impactando a cadeia alimentar e as comunidades que vivem da pesca.
O mercúrio usado para purificar o ouro contamina a água, causando graves danos ao meio ambiente e à saúde.