A Polícia Civil de São Paulo identificou e intimou a mulher que proferiu ataques homofóbicos a um casal na madrugada do último sábado (3), dentro de uma padaria na região central da capital.
Jaqueline Santos Ludovico, de 33 anos, deverá prestar esclarecimentos sobre a denúncia de agressões físicas e verbais que cometeu contra o jornalista Rafael Gonzaga e o namorado, o engenheiro civil Adrian Grasson.
Imagens divulgadas mostram o momento em que a mulher exaltada profere frases de cunho homofóbico contra o casal.
Jaqueline afirmou não estar em condições de se manifestar sobre o caso no momento. A defesa, por sua vez, declarou que a mulher e a família estão sendo alvo de ataques desde o ocorrido.
“A história completa e a verdadeira complexidade dos eventos exigem uma abordagem mais sensível e equilibrada, que reconheça a situação de vulnerabilidade da Sra. Jaqueline e a injustiça de julgá-la apenas com base em fragmentos de informações”, sugere a defesa em nota.
Não foi detalhada qual seria a vulnerabilidade de Jaqueline no momento da ocorrência.
As vítimas registraram o boletim de ocorrência na segunda-feira (5), dias depois do ocorrido, já que na ocasião afirmaram ter sido persuadidos a não comparecer à delegacia por policiais que atenderam o caso.
“Tentaram fazer com que a gente não fosse naquele momento. Falaram: ‘Se vocês forem fazer BO agora, não vai ter ninguém para atender vocês’”, disse Gonzaga.
As investigações estão sob trabalho da Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância (Decradi).
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), gravações apresentadas pelo casal estão sendo analisadas a fim de localizar possíveis “testemunhas e evidências que auxiliem na elucidação dos fatos”.
Rafael Gonzaga e Adrian Grasson foram ouvidos pela Polícia e devem passar por exame de corpo de delito.
Relembre o caso
Jaqueline estava na padaria Iracema Pães & Doces no bairro Santa Cecília quando Rafael e Arian chegaram na madrugada de sábado (3), por volta das 4h20.
A confusão teria iniciado no momento em que a agressora se irritou por precisar sair de um local para que o carro das vítimas pudesse ser estacionado.
A mulher passou a proferir ofensas homofóbicas, seguindo para tentativa de agressões físicas.
Chutes, tapas e até um cone de trânsito foi arremessado contra as vítimas, segundo o relato.
Rafael e Adrian alegam ter sido feridos no rosto, e ficaram com sangramentos no nariz.
A polícia foi acionada, mas todos os envolvidos foram liberados já que as vítimas não registraram boletim de ocorrência naquele momento.
Veja vídeo dos ataques: