Um grupo de garimpeiros foi rendido por indígenas nesta terça-feira, 23, na Terra Yanomami em Roraima e entregue aos agentes da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP).

O caso aconteceu na região de Homoxi, uma das mais atingidas pelo garimpo ilegal na Terra Yanomami.

De acordo com a Urihi Associação Yanomami (UAY), os garimpeiros foram levados a uma base da FNSP instalada na região.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o momento em que um grupo de pelo menos dez pessoas chega a pé a base da Força Nacional, escoltados por indígenas com flechas e espingardas.

“Os Yanomami escoltam os invasores até o local onde a Força Nacional está instalada, e relatam que fizeram isso pelo fato de que estavam presenciando o seu único meio de consumir água ser contaminado por mercúrio, em razão da presença dos garimpeiros na localidade” diz um trecho da nota publicada nas redes sociais da Urihi Associação Yanomami.

A nota segue dizendo que “a Urihi Associação Yanomami, informou imediatamente aos órgãos federativos, e aguarda um breve retorno sobre a retirada imediata dos invasores da localidade”.

Os garimpeiros serão levados por agentes da Força Nacional até a superintendência da Polícia Federal em Boa Vista, na manhã desta quarta-feira, 24.

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Grupo de garimpeiros rendido na Terra Yanomami – Foto: Reprodução/Redes Sociais

Força-tarefa desmonta 49 acampamentos de garimpeiros na Terra Yanomami

As Forças de Segurança do Governo Federal divulgaram, nesta sexta-feira, 12, o balanço das ações realizadas na Terra Yanomami para combate ao garimpo ilegal na região.

Inutilizados

  • 38 mil litros de diesel;
  • 114 kg de mercúrio;
  • 6,6 mil litros de gasolina de aviação.

Destruídos

  • 36 geradores;
  • 49 acampamentos;
  • 200 motores.

De acordo com o Governo  Federal, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) realizou a fiscalização de nove pontos de abastecimento e 15 postos revendedores de combustíveis, aplicando 19 autos de infração, três autos de interdição e 26 notificações.

Além disso, 180 pistas de pouso clandestinas foram identificadas na Terra Yanomami e quatro aeronaves foram destruídas.

Ainda conforme o levantamento apresentado pelas Forças de Segurança, o piloto de um helicóptero destruído pelo Exército foi preso e a Justiça Federal manteve a prisão. 

Assim, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) realizou ainda a fiscalização de 121 aeronaves, com duas apreensões. 

Também compõem a lista a destruição de 12 balsas e a apreensão de outras três.

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Operação na Terra Yanomami – Foto: Reprodução/Casa Civil