O caso envolvendo a morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do boi-bumbá Garantido, continua a gerar intensas discussões e especulações. Recentemente, as redes sociais foram tomadas por debates após a menção às ‘Cartas de Cristo’ no contexto das investigações.
As cartas, associadas a um grupo espiritual conhecido como “Pai, Mãe, Vida”, liderado pela mãe e pelo irmão de Djidja, trouxeram à tona diversas reações dos internautas.
As ‘Cartas de Cristo’ são documentos que reivindicam transmitir mensagens espirituais atribuídas a Jesus Cristo, promovendo ensinamentos sobre amor, paz e crescimento espiritual. No entanto, a forma como estas cartas foram supostamente interpretadas e aplicadas pela família de Djidja provocou controvérsia.
Caso Djidja nas redes sociais
A revelação de que a família de Djidja seguia uma seita chamada “Pai, Mãe, Vida”, que acredita na reencarnação de figuras bíblicas como Jesus e Maria, surpreendeu e dividiu os usuários das redes sociais. Os comentários variaram desde expressões de choque e repúdio até mensagens de apoio e solidariedade à família.
“É assustador ver como a fé pode ser distorcida. Essas ‘Cartas de Cristo’ nunca deveriam ser usadas para justificar abuso e manipulação”. escreveu um usuário comentou no X (antigo Twitter).
Em grupos do Facebook dedicados a discussões espirituais, muitos internautas debateram a autenticidade das cartas e a legitimidade do grupo “Pai, Mãe, Vida”. Alguns expressaram dúvidas sobre a veracidade das cartas, enquanto outros defenderam que os textos foram mal interpretados.
Impacto nas investigações
A menção às ‘Cartas de Cristo’ também chamou a atenção das autoridades investigativas. A Polícia Civil de Manaus está examinando o papel dessas cartas na dinâmica do grupo e se elas foram usadas para justificar o uso de drogas e outras práticas criminosas. A investigação busca determinar se as cartas foram instrumentalizadas como uma forma de controle sobre os membros do grupo e suas atividades.
Narrativas familiares e doutrinação
Depoimentos colhidos durante a investigação sugerem que Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja e Ademar, era a principal promotora das práticas associadas às cartas. Relatos indicam que Cleusimar considerava sua casa um “ambiente de purificação” onde o uso de cetamina e outras substâncias era incentivado como parte de um ritual espiritual.
Gabrielle Novo Candeira Nery, ex-companheira de Ademar e mãe de sua filha, afirmou em depoimento que Cleusimar exigia o uso de drogas para quem quisesse frequentar sua casa.
“Ela dizia que sua casa era um ambiente de purificação e que o uso das drogas era parte desse ambiente,” relatou Gabrielle.
Reações e homenagens à Djidja
A comunidade do boi-bumbá e fãs de Djidja expressaram seu pesar e confusão diante das revelações. Muitos torcedores do Garantido usaram as redes sociais para prestar homenagens e lamentar a morte prematura de Djidja.
“Djidja era uma estrela no Festival de Parintins. É difícil acreditar em tudo isso,” escreveu um fã no Instagram.
Além das homenagens, houve manifestações de solidariedade e apoio para aqueles que possam estar sofrendo em situações similares. Organizações de apoio psicológico e grupos de ajuda mútua compartilharam informações sobre onde buscar ajuda em casos de abuso e manipulação religiosa.