No dia 28 de maio, a capital amazonense amanheceu com a trágica confirmação da morte da empresária e ex-sinhazinha da fazenda do Garantido, Djidja Cardoso, de 32 anos. 

No entanto, nos dias posteriores, uma série de crimes que envolvem a família da jovem e funcionários do salão de beleza Belle Femme veio à tona a partir das investigações da Operação Mandrágora.  

Os desdobramentos transformaram a trágica morte em caso de polícia: após a morte de Djidja, as investigações da Polícia Civil revelaram a seita denominada “Pai, Mãe, Vida”, liderada por Ademar, de 29 anos, e Cleusimar Cardoso, de 53 anos, irmão e mãe de Djidja respectivamente, e pela própria ex-sinhazinha.  

Também integram o grupo funcionários do salão Belle Femme. Os suspeitos são indiciados por diversos crimes como tráfico e uso de drogas, comércio de ketamina, sedativo usado em animais, e até caso estupro de vulnerável.    

Entenda todos os desdobramentos do caso a partir da linha do tempo do Portal Norte:  

Morte de Djidja Cardoso

A empresária e ex-Sinhazinha do boi-bumbá Garantido, Dilemar Cardoso Carlos da Silva, conhecida como Didja Cardoso, foi encontrada morta, no dia 28 de maio, em Manaus. 

Didja, de 32 anos, desempenhou o papel de sinhazinha do boi Garantido entre 2016 e 2020. Nos últimos cinco anos, ela enfrentou problemas de saúde que resultaram em uma perda significativa de peso, mais de 20 quilos. 

O velório ocorreu no dia seguinte, em 29 de maio, e foi aberto ao público no Cemitério Parque Recanto da Paz, no bairro Flores, zona Centro-Sul da cidade. 

Prisões 

Após a morte de Didja Cardoso, parentes da ex-sinhazinha passaram a denunciar publicamente a omissão da mãe e do irmão sobre a saúde da jovem.  

Dois dias depois, a Polícia Civil do Amazonas deflagrou, no dia 30 de maio, a Operação Mandrágora, que resultou nas prisões da mãe e irmão de Djidja, e da gerente da Belle Femme, Verônica da Costa Seixas, de 30 anos.

O trio foi preso por volta das 16h horas na casa onde moravam, na Cidade Nova. A prisão aconteceu quando o grupo tentava fugir. Dentro do carro que seria utilizado para fuga, os agentes encontraram itens de higiene e frascos de ketamina.  

Ainda tarde do dia 30 de maio, a maquiadora do Belle Femme, Claudiele Santos, de 34 anos, se entregou a polícia. Já Marlison Vasconcelos Dantas, maquiador do salão Belle Femme, se entregou na tarde de sexta-feira (31).

Seita  

As investigações do caso Djidja Cardoso revelaram a existência de uma seita chamada “Pai, Mãe, Vida”. A seita estaria envolvida no tráfico de drogas sintéticas de uso veterinário e na administração forçada dessas substâncias aos seus membros.  

O 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) identificou Cleusimar e Ademar Neto, mãe e irmão de Djidja respectivamente, como líderes da seita “Pai, Mãe, Vida”.   

A administração das drogas teria sido feita por Verônica, de 31 anos, gerente do salão Belle Femme, e Marlisson Vasconcelos Dantas, 29 anos, maquiador e cabeleireiro do salão.  

O inquérito policial aponta que a seita buscava transformar seus membros em dependentes químicos. A polícia suspeita que a morte de Djidja, ocorrida na terça-feira (28), foi resultado de uma overdose de ketamina, um potente anestésico.   

No dia da morte, policiais civis receberam informações de que Verônica Seixas teria escondido frascos de entorpecentes na residência de Djidja, no bairro Cidade Nova, para disfarçar a causa da morte. 

Justiça do Amazonas

Na sexta-feira (31), as prisões de Cleusimar Cardoso Rodrigues e Ademar Farias Cardoso Neto, mãe e irmão da ex-sinhazinha do Garantido, Djidja Cardoso, e dos funcionários do salão Belle Femme, foram mantidas pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).

A Justiça argumentou que não identificou irregularidades nas ações da Operação Mandrágora.