O assassinato da artista venezuelana Julieta Hernández deve ser investigado como feminicídio, ao invés de latrocínio. Nesta terça-feira (11), a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) endossou o pedido do Ministério das Mulheres.
Hernández foi assassinada enquanto viajava de bicicleta pelo Brasil. Ela desapareceu no dia 23 de dezembro, no município de Presidente Figueiredo (a 117 km de Manaus), enquanto se dirigia para Rorainópolis, em Roraima.
No dia 6 de janeiro, o corpo dela foi encontrado em uma área de mata. As investigações revelaram que a artista foi estuprada, assassinada e teve o corpo queimado por um casal que confessou o crime.
O evento controu com participação de Sophia Hernández (irmã da vítima), Vanja Andréa (União Brasileira de Mulheres), Dora Brasil (Conselho Estadual dos Direitos da Mulher) e Denise Motta Dau (Secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres do Ministério das Mulheres).
Julieta Hernández, vítima de feminicídio
Em nota, o Ministério das Mulheres expressou “apoio à ação articulada pela União Brasileira de Mulheres (UBM) e pelos familiares de Julieta Hernández (…) para que o crime seja reconhecido como feminicídio.”
Em janeiro, o Ministério Público do Estado do Amazonas denunciou os acusados Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos pelos crimes de estupro, latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação de cadáver. Agora, a família de Hernández solicita a reclassificação dos crimes.
O Ministério das Mulheres informou que acompanhará o progresso das investigações e do julgamento. “A violência contra Julieta Hernandez apresenta características de um crime misógino e xenófobo, de ódio à artista circense como mulher e como migrante”, defende.